
Economia Criativa: segmentação de mercado como chave para transformar a Paraíba em destino turístico competitivo
Regina Amorim destaca como experiências criativas e autênticas podem posicionar o estado no mercado turístico nacional
28 de julho de 2025
A segmentação de mercado pode ser considerada uma fase estratégica para todas as decisões a serem tomadas na gestão de um destino turístico. Diante de um mercado cada vez mais competitivo, os países tentam atrair para seus destinos de turismo, o maior número possível de visitantes.
Os roteiros turísticos, temáticos e segmentados contribuem para atender a demanda de diferentes perfis de turistas, com desejos por serviços de hospedagem, alimentação, entretenimento, aventura, natureza, a cultura do lugar. É improvável que os destinos turísticos possam atender a todos os perfis de turistas, mas possam adequar e potencializar a sua oferta turística para as melhores modalidades do turismo, oferecidas no território.
O estudo de segmentação de mercado turístico possibilita identificar os segmentos prioritários, se posicionar na mente dos potenciais visitantes e conquistar vantagem competitiva. Os destinos turísticos precisam inovar para ter diferencial, experiências criativas, fornecendo produtos acessíveis e inusitados.
Cada território precisa encontrar o seu caminho, a partir do conhecimento da cultura local e dos comportamentos emergentes dos consumidores, gerando ideias, que podem ser criadas, produzidas e transformadas em negócios.
Cada dia mais o consumidor amplia as suas possibilidades de fazer as suas escolhas de forma livre e criativa, buscando o consumo autoral do turismo e não convencional, ou seja, a forma como o turista participa ativamente da construção de sua própria experiência de viagem, buscando produtos e serviços que refletem seus interesses e valores individuais, em vez de seguir padrões predefinidos.
Os comportamentos mentais, os novos modos de pensar, agir, decidir, contribuem para nortear e avaliar a experiência do consumidor perceptivo, aquele que, ao tomar decisões de compra, leva em consideração uma variedade de fatores e estímulos sensoriais, além de sua própria interpretação e experiência.
As tendências abrem um leque de oportunidades em relação ao futuro. Observar esses sinais e transformá-los em experiências turísticas, que atendam às necessidades do consumidor do futuro é o grande desafio da atuação do SEBRAE na Paraíba, mergulhando fundo na observação, nos comportamentos, sentimentos e emoções, para antecipar-se às tendências do mercado turístico. O turismo de experiência, criativo e colaborativo é uma estratégia de desenvolvimento político, econômico, social e humano. Essa estratégia fundamenta-se na criatividade, na cultura do lugar, na colaboração, reconexão e na comunicação.
Em outras palavras, é preciso estimular atividades econômicas viáveis, que tenham a identidade local. A participação dos atores sociais locais e regionais é fator essencial, pois essa identidade é o diferencial ideal de mercado.
Quais os motivos que levam à escolha de um destino em relação a outras opções? O que atrai as pessoas aos destinos? Um deles é a experiência do viajante, de abandonar a rotina e os problemas do dia a dia. A outra possibilidade é proporcionar experiência diferente, com recompensas psicológicas e renovação pessoal do turista, por meio de descobertas e aprendizados, sobre outras culturas e outras maneiras de viver.
A experiência gastronômica valoriza a culinária regional, com seus conhecimentos e habilidades que os especialistas não têm. É a partir da imersão de pessoas talentosas da comunidade, que se iniciam experiências únicas e diferenciadas de uma oferta turística criativa.
O turismo criativo é caracterizado por uma oferta variada, de turismo cultural autêntico, com diferentes rotas e roteiros, destacando os seus principais atrativos. Na Paraíba o turismo está em constante adaptação às necessidades econômicas e de qualidade de vida. Fundamenta-se na cultura da criatividade, que atrai talentos e investimentos, gera renda, revitaliza áreas degradadas, reconhece o valor da originalidade e dos processos colaborativos, a evolução do território, com seus valores, costumes e tradições. A convergência entre a economia da experiência e a economia criativa, revela aspectos simbólicos, inovadores e criativos de interesse dos turistas e da comunidade.
Fonte: Regina Amorim