
Peça A Baleia, com José de Abreu, aborda temas contemporâneos e traz intensidade dramática ao palco
Com produção local da Incena Produções, João Pessoa recebe espetáculo de 7 a 10 de agosto no Teatro Paulo Pontes
17 de julho de 2025
A peça “A Baleia”, do dramaturgo norte-americano Samuel D. Hunter, protagonizada por José de Abreu, chega a João Pessoa, de 7 a 10 de agosto, no Teatro Paulo Pontes. O espetáculo marca o retorno de José de Abreu ao teatro após um hiato de mais de dez anos. Sua última aparição nos palcos foi em 2013, no espetáculo “Bonifácio Bilhões”, de João Bethencourt.
A obra, que aborda temas como isolamento e reconexão, ganhou ainda mais notoriedade com sua adaptação para o cinema em 2022. O filme, dirigido por Darren Aronofsky e estrelado por Brendan Fraser, rendeu ao ator o Oscar de Melhor Ator em 2023, por sua emocionante interpretação. A complexidade emocional do protagonista também se revela em sua trajetória íntima: homossexual, ele viveu um relacionamento amoroso marcado por perdas profundas, que influenciaram diretamente seu estado de saúde e isolamento. Essa camada da narrativa — tratada com sensibilidade e profundidade pelo texto de Samuel D. Hunter — confere à peça um olhar atento sobre temas como afeto, intolerância religiosa, sexual e aceitação, ampliando o alcance da montagem e estabelecendo um diálogo potente com o público LGBTQIA+.
Com tradução e direção de Luís Artur Nunes, com quem Zé de Abreu já trabalhou em outras montagens, como no monólogo “Fala, Zé!” (2006) e na montagem “A Mulher Sem Pecado” (2000), de Nelson Rodrigues, a versão teatral brasileira promete trazer ao palco a mesma intensidade dramática que consagrou a história no teatro e no cinema. “Foi um verdadeiro presente receber esse texto”, afirma o diretor. “Eu já havia gostado muito do filme, mas me apaixonei pelo texto teatral de Samuel D. Hunter. A dramaturgia é de excelência, construída no modo realista, mas com uma estrutura de grande modernidade. ‘A Baleia’ não segue uma linha narrativa tradicional — é uma espécie de narrativa em mosaico, cujos fragmentos se articulam num todo surpreendentemente coerente”.
Luís Artur ressalta ainda os temas abordados: “A peça nos fala de intolerância religiosa, homofobia, culpa, reconexão e empatia, sempre a partir de personagens humanos, complexos e cheios de contradições. É um material encharcado de emoção, e foi impossível não encarar esse desafio. Felizmente, estive cercado de um elenco extraordinário e de uma equipe artística e técnica da mais alta qualidade”, comentou Luís.
Para viver o personagem de quase 300 quilos, Zé tem uma caracterização complexa. O ator usa, um figurino com enchimento e climatizado. O figurinista Carlos Alberto Nunes da Unirio, comanda o trabalho. O elenco também conta com Luisa Thiré, Gabriela Freire, Eduardo Speroni e a participação especial de Alice Borges. A produção traz cenários assinados por Bia Junqueira, figurinos de Carlos Alberto Nunes, visagismo de Mona Magalhães, iluminação de Maneco Quinderé e trilha sonora de Federico Puppi.
O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura e tem o patrocínio da CAIXA Residencial, seguradora que oferece soluções de seguros de moradias. Com o propósito de ampliar o acesso à cultura, a CAIXA Residencial tem valorizado a realização de projetos que destacam o impacto social, conectando experiências teatrais a diversos brasileiros, em diferentes regiões do país.
Fonte: Vivass Comunicação