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Foto: Divulgação

Trump pede investigação do PIX e alega possível ‘prática desleal’ contra empresas estadunidenses

Representante comercial americano inicia investigação sob Lei 301, uma semana após anúncio de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

16 de julho de 2025

O sistema de pagamentos instantâneos Pix está no centro de uma nova investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o Brasil. Nesta terça-feira (15), o representante de Comércio americano, Jamieson Greer, anunciou uma revisão sob a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, alegando que as regras brasileiras para o Pix e outros serviços digitais podem ser “discriminatórias” e prejudiciais a empresas norte-americanas.

A medida ocorre dias após o presidente Donald Trump ameaçar impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto – um salto significativo em relação à alíquota de 10% inicialmente proposta. Além do Pix, os EUA questionam tarifas preferenciais concedidas pelo Brasil a outros parceiros comerciais, o que, segundo Washington, colocaria empresas americanas em desvantagem.

Tensões Comerciais e Políticas

A decisão pegou muitos analistas de surpresa, já que o Brasil é um importante comprador de produtos dos EUA, especialmente no agronegócio e na indústria. Especialistas sugerem que o movimento pode estar ligado a atritos políticos recentes, incluindo críticas do Departamento de Estado americano ao Judiciário brasileiro por decisões envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e empresas de tecnologia dos EUA.

O governo brasileiro reagiu com firmeza, classificando as declarações dos EUA como “intromissão inaceitável” e afirmando que trabalhará para reverter as tarifas. O vice-presidente Geraldo Alckmin (MDIC) destacou que o país buscará negociações para evitar os impactos da medida, mas não descartou pedir mais tempo para um acordo.

Acusações Amplas Contra o Brasil

Além das questões digitais, os EUA acusam o Brasil de:

Práticas tarifárias desleais, como taxações mais altas sobre o etanol americano em comparação com outros fornecedores;

Falta de combate à corrupção e ao desmatamento ilegal, o que, segundo Washington, distorce a concorrência para produtores de madeira dos EUA.

Esta não é a primeira vez que a administração Trump recorre à Seção 301 para pressionar parceiros comerciais. A mesma ferramenta foi usada intensamente contra a China, resultando em uma prolongada guerra tarifária. Agora, o Brasil entra na mira, em um momento de relações tensas entre os dois países.

O Que Esperar?

Se a investigação confirmar as alegações dos EUA, o Brasil pode enfrentar sanções além das altas tarifas já anunciadas. Enquanto isso, o governo brasileiro deve intensificar esforços diplomáticos para amenizar os impactos, buscando evitar uma escalada que afete setores como tecnologia, agronegócio e comércio exterior.

O desfecho deste embate pode definir novos rumos na relação econômica entre os dois países, com reflexos diretos em empresas e consumidores de ambos os lados.

Fonte: Redação com informações da Reuters, G1 e O Globo