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Foto: Divulgação/Memp

Faturamento de pequenas e médias empresas brasileiras recuou 2,1% em maio de 2025, aponta IODE-PMEs

Segundo o Índice, o comércio apresentou recuperação, mas os desafios de vendas e aumento de custos afetaram os pequenos empreendedores

20 de junho de 2025

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostrou uma nova queda de 2,1% na movimentação financeira média real das pequenas e médias empresas brasileiras em maio de 2025, após uma retração de 4,9% em abril. Essa diminuição reflete a continuidade do fraco desempenho das PMEs industriais e o enfraquecimento das PMEs de serviços.

Na análise dessazonalizada em relação a abril, o índice registrou uma queda de 1,3%, interrompendo uma sequência de modesta recuperação que havia sido observada entre fevereiro e abril, quando houve uma média de alta de 0,8% ao mês. No acumulado do ano, o IODE-PMEs apresenta uma retração de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024.

No setor de Serviços, o faturamento real das PMEs caiu 3,0% em maio, seguindo uma redução de 1,6% em abril. A retração foi disseminada entre as atividades monitoradas, com destaque negativo para setores como agências de viagens, educação e alimentação. Contudo, o crescimento nas áreas de informação e comunicação e saúde ajudou a mitigar a queda geral.

Para Felipe Beraldi, economista da Omie – empresa de tecnologia e gestão empresarial – a continuidade da retração no faturamento das PMEs reflete um cenário desafiador, especialmente para os setores mais afetados, como serviços e indústria. “Os pequenos empreendedores enfrentam dificuldades não apenas para alavancar suas vendas, mas também lidam com o aumento das pressões de custo, o que torna a recuperação ainda mais complexa”, afirma.

Na Indústria, as PMEs enfrentaram o sétimo mês consecutivo de retração, com uma diminuição de 3,8% na comparação anual. Dos 23 subsetores da indústria de transformação, doze apresentaram recuo, com os segmentos de alimentos, bebidas e produtos de madeira apresentando os piores resultados. Por outro lado, produtos químicos e produtos de papel mostraram crescimento expressivo, indicando que os resultados negativos não são uniformes.

Em contraste, o Comércio apresentou um desempenho positivo em maio, com alta de 2,4% em relação ao ano anterior, após uma leve queda de 0,5% em abril. O varejo, impulsionado pelo Dia das Mães, cresceu 3,6%, enquanto o atacado manteve-se praticamente estável (-0,3%). Alguns nichos do varejo, como artigos de óptica e joalherias, se destacaram. O setor de Infraestrutura também registrou crescimento modesto de 1,9% no faturamento médio real das PMEs. Esse resultado foi impulsionado principalmente por segmentos de Eletricidade e Gestão de resíduos. No entanto, as atividades ligadas à construção civil enfrentaram uma retração de 7,4%, refletindo os desafios do ambiente macroeconômico.

Desafios econômicos

As altas taxas de juros, as pressões inflacionárias e a queda na confiança dos agentes econômicos têm dificultado o avanço das vendas das PMEs. O IGP-M, que acumula alta de 7% nos 12 meses encerrados em maio, contrasta com a queda de 0,34% no ano anterior, evidenciando uma mudança significativa no cenário econômico.

Beraldi aponta que, apesar dos resultados desanimadores do IODE-PMEs, há fatores que podem contribuir para uma recuperação no curto prazo. “A resiliência do mercado de trabalho, com o desemprego em níveis reduzidos e os rendimentos reais em alta, aliada à desaceleração das pressões inflacionárias, oferece um alento para as PMEs. A recuperação gradual da confiança do consumidor, conforme medido pelo ICC-FGV, poderá beneficiar a evolução dos negócios nos próximos meses”, conclui.

Principais destaques desta edição:

O Índice registrou queda de 2,1% em maio/25, após recuar -4,9% em abril/25.
A retração no período reflete a continuidade do fraco desempenho das PMEs industriais e o enfraquecimento das PMEs de serviços.
O comércio voltou ao campo positivo no mês, ajudando a evitar uma retração mais acentuada do mercado.
As dificuldades para alavancar as vendas, somadas ao aumento das pressões de custos, impactam negativamente os pequenos empreendedores.

Fonte: Assessoria