
Após desempenho recorde no ano passado, setor eletroeletrônico avança 5% no 1° trimestre de 2025
Produção n acional superou 28 milhões de unidades nos 3 primeiros meses do ano
16 de maio de 2025
As vendas da indústria eletroeletrônica mantiveram o ritmo de alta no início de 2025. De janeiro a março, foram comercializadas 28,2 milhões de unidades — um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram vendidas 26,8 milhões de unidades.
O setor eletroeletrônico iniciou 2025 com desempenho positivo, impulsionado pelo aumento da renda, pela expansão do emprego formal e pelos programas de transferência de renda, que ampliaram o acesso da população aos produtos do setor. Itens de climatização e ventilação, por exemplo, registraram alta na demanda em função das temperaturas elevadas em várias regiões do país.Apesar desse cenário favorável, a Eletros avalia que o crescimento poderia ser ainda mais expressivo caso o país operasse com taxas de juros mais baixas.
“Boa parte dos nossos produtos é adquirida de forma parcelada, e os juros elevados encarecem o crédito, afastando o consumidor e freando o potencial de crescimento da indústria e do varejo”, afirma Jorge Nascimento, presidente executivo da entidade.Segundo Nascimento, os efeitos negativos dos juros altos são especialmente sentidos nas linhas de produtos com maior valor agregado. “A Linha Branca, que inclui fogões, máquinas de lavar e geladeiras, é sempre a mais impactada. Mas também sentimos esse impacto em bens de informática, como celulares, computadores e monitores de vídeo”, completa.
A Eletros reforça que há oportunidades reais para o fortalecimento da indústria nacional, desde que acompanhadas de políticas que ampliem o acesso ao crédito e promovam a redução responsável das taxas de juros.
Dados do 1º Trimestre (2021 a 2025)
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Ar-condicionado segue puxando expansão
O segmento de ar-condicionado reproduziu o melhor de todo o setor, com um salto de 29% nas vendas. Foram 1,9 milhão de unidades comercializadas no 1º trimestre de 2025, contra 1,5 milhão no mesmo período do ano passado.
“A alta demanda registrada em 2023 e 2024 fez com que o varejo se antecipasse e adquirisse um estoque capaz de suprir as necessidades do mercado. Este movimento manteve o desempenho destes produtos em alta”, pondera Nascimento.
Dados do 1º Trimestre – Ar-condicionado (2021 a 2025)
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Consumidor seguem busca de TV’s mais tecnológicas
Na Linha Marrom, que inclui TVs e equipamentos de áudio, houve um crescimento de 8% nas vendas, passando de 3 milhões para 3,2 milhões de unidades. Os televisores, que em volume consolidam a maior parte deste segmento, puxaram as vendas. Lançamentos de novos produtos ampliam a oferta de produtos cada vez mais acessíveis e completos.
“Esse crescimento de 8% demonstra que o consumidor segue em busca de inovação, substituindo aparelhos antigos por televisores mais modernos. Hoje, os produtos oferecidos pela indústria nacional reúnem tecnologias como alta resolução de imagem, integração com assistentes virtuais, conectividade com múltiplos dispositivos e acesso facilitado às principais plataformas de streaming. Esses avanços tornam a experiência de assistir TV mais interativa, inteligente e envolvente, o que estimula naturalmente a renovação dos aparelhos”, afirma Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.
Dados do 1º Trimestre – Linha Marrom (2021 a 2025)
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Renda mantém alta na demanda por Eletroportáteis que é comprado à vista
Os eletroportáteis somaram 19 milhões de unidades vendidas no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 4% em relação às 18,3 milhões do mesmo período do ano anterior. “Esses produtos são um termômetro importante da economia, pois estão diretamente associados ao conforto e ao bem-estar das famílias, seja na preparação de alimentos, higiene ou cuidados pessoais. Normalmente são adquiridos à vista e tendem a performar melhor quando há aumento da renda da população”, explica Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.
Ele destaca ainda que o segmento de ventilação tem puxado o desempenho da categoria, impulsionado pelas temperaturas elevadas registradas em várias regiões do país.
Dados do 1º Trimestre – Linha Portátil (2021 a 2025)
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Linha Branca sofre impacto dos juros elevados
O segmento de Linha Branca foi o único a registrar retração entre todos os que compõem a ampla cadeia da indústria eletroeletrônica nacional. No primeiro trimestre de 2025, foram comercializadas 3,4 milhões de unidades, uma queda de 3% em relação às 3,5 milhões vendidas no mesmo período de 2024, considerando produtos como fogões, geladeiras, lavadoras, entre outros.
De acordo com Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros, os juros elevados continuam sendo um dos principais entraves para o desempenho dessa linha de produtos. “Mesmo com um mercado diversificado e preços competitivos, o consumidor leva em consideração o valor final das parcelas, que é diretamente impactado pela Taxa Selic”, explica.
Além do crédito mais caro, outros fatores também contribuíram para essa retração, como o comportamento mais cauteloso do consumidor, a falta de incentivos específicos para o setor e as dificuldades de acesso ao financiamento enfrentadas por uma parcela significativa da população. Esses elementos, somados, enfraquecem o ritmo de consumo de bens duráveis, especialmente os de maior valor agregado, como os da Linha Branca.
Dados do 1º Trimestre – Linha Branca (2021 a 2025)
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Expectativas 2025
As projeções da Eletros para 2025 são positivas, mas com a devida cautela. O setor espera encerrar o ano com um crescimento entre 5% e 10% em relação a 2024, o que representa uma trajetória consistente, especialmente considerando que a comparação se dá sobre uma base elevada.
“Quando analisamos um desempenho sólido como o de 2024, projetar uma nova expansão é sinal de maturidade e consolidação. O setor segue como um termômetro relevante da economia real”, avalia José Jorge do Nascimento Júnior, presidente executivo da Eletros.
O segundo trimestre avança em meio a desafios macroeconômicos importantes, entre eles a manutenção da Taxa Selic em patamares ainda elevados. “Os juros altos dificultam o acesso ao crédito e impactam o consumo de forma geral. Linhas de maior valor agregado, como a de Linha Branca — que inclui fogões, geladeiras e máquinas de lavar — acabam sendo mais sensíveis a esse cenário”, pondera o executivo.
A competitividade do setor também depende de avanços estruturais, como o acesso a insumos mais eficientes e a custos mais competitivos. Isso permitirá à indústria oferecer produtos cada vez mais acessíveis e inovadores ao consumidor brasileiro.
Fonte: Assessoria