
Contratações de aprendizes crescem mais de 20% no início do ano, com indústria à frente
Foram firmados 34.821 novos contratos entre janeiro e fevereiro. Indústria lidera geração de vagas; maioria dos contratos é com jovens de até 17 anos e mulheres
11 de abril de 2025
O Brasil registrou um crescimento expressivo nas contratações de aprendizes nos primeiros dois meses de 2025. De acordo com dados do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram firmados 34.821 novos contratos entre janeiro e fevereiro, um aumento de 20,45% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 28.910 vínculos. Somente em fevereiro, o saldo de contratações foi de 22.333, número 19,03% superior ao de fevereiro de 2024, que somou 18.762 aprendizes.
Os dados refletem o desempenho da Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/00), que prevê a contratação de jovens por empresas de médio e grande porte como forma de inserção qualificada no mercado de trabalho. O saldo positivo considera a diferença entre admissões e desligamentos no período.
A indústria foi o setor que mais contratou aprendizes neste início de ano, com saldo líquido de 29.914 vínculos. Na sequência, aparecem a construção civil, com 3.316 contratações; os serviços, com 1.249; e a agropecuária, com 751. O comércio, por outro lado, teve saldo negativo, com 409 desligamentos a mais do que admissões.
Apenas em fevereiro, foram registradas 76.694 admissões e 54.361 desligamentos de aprendizes em todo o país. Novamente, a indústria se destacou, com saldo positivo de 11.107 contratações, seguida pelos serviços (4.941), comércio (4.122), construção civil (2.123) e agropecuária (40).
O perfil dos novos contratados mostra que a maior parte dos aprendizes tem até 17 anos, faixa que representa 57,24% dos vínculos firmados em fevereiro. As mulheres também são maioria, com 52,34% dos contratos. Quanto à escolaridade, 45,44% dos jovens estão atualmente cursando o ensino médio.
Para o secretário de Qualificação, Trabalho e Renda do MTE, Magno Lavigne, os números mostram que a aprendizagem é uma importante porta de entrada para o mercado de trabalho, principalmente entre os mais jovens. “A aprendizagem tem um papel essencial na inclusão social e na formação profissional, ajudando esses jovens a construírem um futuro melhor”, destaca.
O número total de aprendizes com contratos ativos também vem crescendo de forma consistente. Em fevereiro de 2025, o Brasil alcançou 633.720 vínculos de aprendizagem, o que representa um aumento de 33,52% nos últimos cinco anos — em fevereiro de 2020, o total era de 474.630.
A Lei da Aprendizagem estabelece que empresas de médio e grande porte devem contratar aprendizes em quantidade equivalente a 5% a 15% do seu quadro de funcionários. Podem participar jovens de 14 a 24 anos que estejam frequentando a escola. Os contratos têm duração de até dois anos e garantem todos os direitos trabalhistas, como carteira assinada, salário, 13º, férias remuneradas e vale-transporte. A formação teórica é oferecida por entidades qualificadoras, que também acompanham a aplicação prática dos conhecimentos no ambiente de trabalho.
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