
Cérebro sobrecarregado: entenda a amnésia digital
Informações em excesso e uso constante da tecnologia podem afetar a memória e dificultar o aprendizado
9 de abril de 2025
Recorrer ao Google para lembrar o nome de um filme, usar o celular para armazenar datas importantes ou depender da nuvem para não esquecer documentos. Essas práticas do cotidiano, cada vez mais comuns, fazem parte de um fenômeno conhecido como amnésia digital. Ele descreve a tendência do cérebro humano “desligar” a memória quando sabe que uma informação pode ser acessada facilmente mais tarde.
O excesso de informações pode gerar a conhecida fadiga cognitiva, impactando diretamente o aprendizado, a memória, a atenção e até o raciocínio. Isso tem se tornado uma preocupação crescente, especialmente entre jovens e profissionais que dependem intensamente da tecnologia.
Para o professor do curso de Psicologia do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau João Pessoa, Eudes Nascimento, a amnésia digital é um reflexo direto da forma como as pessoas interagem com a tecnologia e do estilo de vida acelerado. “A memória de trabalho, que é fundamental para o raciocínio e a tomada de decisões, está sendo enfraquecida porque não exercitamos mais o lembrar, estamos terceirizando funções cognitivas básicas para dispositivos eletrônicos”.
Eudes ressalta ainda que, embora a tecnologia seja uma aliada em muitos aspectos, o uso indiscriminado e passivo pode trazer prejuízos sérios à saúde mental e ao desenvolvimento cognitivo. “É fundamental estabelecer limites na utilização e criar estratégias para exercitar a memória e a atenção. Coisas simples, como ler mais, anotar à mão e evitar o excesso de notificações, ajudam o cérebro a reter melhor as informações”, orienta o psicólogo.

