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Foto: Redes sociais

Zeba Lyra, fundador do bloco Virgens de Tambaú, morre e tem órgãos doados para salvar vidas

Produtor cultural faleceu no domingo (30) e sua doação beneficiou cinco pessoas, marcando a primeira captação de múltiplos órgãos do Hospital Edson Ramalho

1 de abril de 2025

Zeba Lyra, produtor cultural e fundador do bloco Virgens de Tambaú, morreu no domingo (30), em João Pessoa. Ele estava internado no Hospital Edson Ramalho, desde a sexta-feira (28).

De acordo com as informações, Zeba Lyra sofreu diversas paradas cardíacas e acabou não resistindo, vítima de uma encefalopatia isquêmica, com a morte cerebral constatada na tarde de domingo (30).

Em nota divulgada nas redes sociais, o bloco Virgens de Tambaú lamentou a morte do ex-presidente e atual diretor executivo do bloco e se solidarizou com seus familiares e amigos. “Sua dedicação, alegria e compromisso com a cultura carnavalesca deixaram um legado imensurável, marcando a história do nosso bloco”, dizia a nota.

Marco para o hospital

Apesar do momento de tristeza para a família e cena cultural paraibana, a Central de Transplantes da Paraíba, unidade de alta complexidade do Governo do Estado, registrou, nessa segunda-feira (31), em João Pessoa, a primeira doação de múltiplos órgãos do Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER), administrado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde). Lyra, o paciente doador , teve a morte encefálica confirmada, permitindo que os órgãos doados transformem a vida de cinco pessoas. Essa foi a nona doação de multiórgãos registrada na Paraíba, em 2025.

Antes de iniciar a cirurgia de captação, os servidores da unidade formaram um corredor humano entre a UTI e o bloco cirúrgico para homenagear o doador e seus familiares. O fígado do doador foi encaminhado para Minas Gerais, onde foi transplantado em uma paciente de 33 anos. Os rins foram distribuídos para receptores em Pernambuco, e as córneas foram levadas para o Banco de Olhos, onde são avaliadas e posteriormente encaminhadas para as cirurgias.

De acordo com a diretora da Central Estadual de Transplantes, Rafaela Dias, a doação de órgãos é a esperança que muitos esperam. “Cada doação representa uma nova esperança para aqueles que estão na lista de espera por um transplante. A generosidade do doador e de sua família pode transformar a dor da perda em uma nova chance de vida para outras pessoas”, destacou.

Rafaela também enfatizou o marco para o hospital, ao realizar a primeira doação. “Este marco no Edson Ramalho destaca não apenas a importância da doação de órgãos, mas também a dedicação da equipe médica e da Central Estadual de Transplantes em promover ações que salvam vidas”, pontuou.

Para a coordenadora do Centro Cirúrgico do HSGER, Kalyne Sobreira, é motivo de muito orgulho para toda a equipe da unidade ter participado desse momento histórico. Ela contou que, tão logo houve a comunicação entre a Central de Transplantes e o hospital para a realização da captação, todas as equipes se empenharam para que o procedimento acontecesse da maneira mais eficiente possível.

“Nosso sentimento é de gratidão a Deus por participar desse momento. Foi um grande desafio para todos que fazem o Edson Ramalho, e também um momento de muito aprendizado. No final do dia, o sentimento de dever cumprido, de missão cumprida, por conseguir realizar esse procedimento tão complexo no HSGER. Com muito empenho e dedicação, toda a nossa equipe mostrou que é capaz”, registrou.

Este ano, 18 transplantes foram realizados na Paraíba, e ainda aguardam na lista de espera no estado 779 pessoas, sendo quatro para coração, 41 para fígado, 207 para rim, e 527 para córneas.

Fonte: Redação