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meio ambiente
Foto: Divulgação

Sindalcool-PB: Etanol na gasolina pode subir para 30% com ganhos ambientais e de desempenho

Experimentos não causaram prejuízos ao desempenho dos veículos nem aumento no consumo.

17 de março de 2025

O Brasil está prestes a ter mais um avanço na utilização do etanol anidro como aditivo na gasolina, com o aumento da mistura de 27% para 30% (E30). A mudança faz parte das medidas previstas na “Lei do Combustível do Futuro” (nº 14.993/2024), que autoriza a elevação do percentual de etanol na gasolina em até 35%.

Testes realizados pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com o Instituto Mauá Tecnologia (IMT), credenciado pelo governo federal, comprovaram as soluções técnicas da nova mistura.

Os experimentos que envolveram automóveis e motocicletas a gasolina — tanto novos quanto com até 30 anos de uso — não causaram prejuízos ao desempenho dos veículos nem aumento no consumo. Os resultados demonstraram estabilidade nos testes de tração, partida a frio, emissões e consumo.

Anidro substitui aditivos nocivos desde a década de 1970

Desde os anos 1970, o etanol anidro tem sido utilizado como substituto de aditivos fósseis, como chumbo e éter metil terc-butílico (MTBE), conhecido por suas propriedades nocivas e cancerígenas.

Ao longo do tempo, o etanol tem se consolidado como uma alternativa limpa e segura. Além de contribuir para a redução das emissões de gases poluentes, ele também ajuda a aumentar a octanagem da gasolina, melhorando seu desempenho.

Com base nos resultados positivos dos testes, que confirmaram a segurança e a eficiência da nova mistura, o MME prepara uma Análise de Impacto Regulatório (AIR), com o objetivo de recomendar ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a aprovação definitiva da nova mistura. A decisão pode ser tomada em uma reunião extraordinária do conselho.

Sindalcool-PB vê medida como passo estratégico

De acordo com o presidente executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, a medida é um passo estratégico para fortalecer a autonomia energética do país e reduzir a dependência de importações de gasolina.

“ Diante das turbulências no cenário internacional, o Brasil escolheu a auto suficiência energética há cinquenta anos com o etanol. O aumento da mistura de anidro à gasolina é apoiada por toda indústria automobilística para a redução das emissões nocivas. O nosso País lidera a transição energética desde o campo. Existe capacidade de expansão prevista e em execução para ampliar ainda mais a oferta de etanol. Inclusive, com mais postos revendedores atuando na comercialização. O aumento da demanda por etanol se traduz nos números, cresceu 40% em 2024. Os ativos verdes estão sendo valorizados e atraem hoje novos investimentos, isso é bom, maior prosperidade em todos os municípios” , afirmou o executivo.

Aumento do anidro traz benefícios ambientais e econômicos

De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a adoção do E30 (30% de etanol) evitaria a emissão de 3,1 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano.

Já o E35 (35%) ampliaria esse benefício para 8,4 milhões de toneladas anuais. Do ponto de vista financeiro, a entidade calcula que o E30 permitiria ao país economizar 730 milhões de dólares de importações, passando para US$ 1,95 bilhão por ano que deixam de ser importados com E35, conforme informações da Unica divulgadas pelo Estadão Conteúdo.

Os números coincidem com a tendência de mercado apresentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em 2024, o consumo de gasolina C recuou 4%, para 44,19 bilhões de litros, enquanto as vendas de etanol hidratado cresceram 33,4%, atingindo 21,66 bilhões de litros. Os dados foram apresentados pela ANP em fevereiro no Seminário de Avaliação do Mercado de Combustíveis 2025 (ano base 2024).

Fonte: Assessoria