
Do resgate à conservação: Como o Aquário Paraíba protege a vida animal
Especialista destaca a relevância da preservação e do ensino ambiental
5 de março de 2025
Os aquários vão muito além da exposição de animais marinhos – eles desempenham um papel crucial na conservação da vida animal, no resgate de espécies em situação de risco e na educação ambiental. Localizado em João Pessoa, no Seixas, o Aquário Paraíba se destaca como um centro dedicados à proteção e reabilitação de animais que, por diversos motivos, não podem mais retornar à natureza. Muitos chegam debilitados devido a ferimentos, doenças ou longos períodos em cativeiro, exigindo avaliação especializada e cuidados contínuos.
Além de oferecer um ambiente seguro para esses animais, o Aquário Paraíba cumpre uma função essencial ao sensibilizar o público sobre a importância da preservação marinha. “Nosso trabalho não se resume a acolher esses animais. Buscamos entender suas necessidades, garantir seu bem-estar e, ao mesmo tempo, conscientizar as pessoas sobre os impactos ambientais”, explica o educador ambiental do Aquário Paraíba, Hugo Cantalice.
Avaliação e triagem dos animais
Ao chegarem ao Aquário Paraíba, os animais passam por uma triagem rigorosa realizada por veterinários e biólogos marinhos que fazem parte da equipe técnica do local. Esse processo envolve: exames clínicos e laboratoriais para avaliar a saúde geral, presença de infecções, parasitas ou problemas metabólicos; análises comportamentais para identificar sinais de estresse, agressividade ou dependência de humanos e verificação de adaptações ao ambiente artificial, como a incapacidade de buscar alimento sozinho ou dificuldades motoras. “A triagem inicial é fundamental para determinar se um animal tem chances de reabilitação e retorno ao habitat natural ou se precisará de cuidados permanentes em um ambiente controlado”, explica Hugo.
O destino dos animais resgatados
Para aqueles que não podem ser devolvidos à natureza, o Aquário Paraíba oferece acomodações apropriadas e garante um ambiente controlado e enriquecido. “Nosso objetivo também vai além de acolher os animais. Buscamos conscientizar as pessoas sobre os impactos da ação humana e como podemos prevenir que mais espécies necessitem de resgate. Muitos dos animais que chegam aqui foram vítimas do tráfico ilegal, um crime que aprisiona e coloca em risco inúmeras vidas. É fundamental ampliarmos a conscientização para combater esse comércio e proteger nossa biodiversidade”, ressalta.
Animais resgatados
Um exemplo disso é o caso da tartaruga-oliva, que chegou ao Aquário Paraíba após ingerir lixo plástico marinho. Hugo conta que, devido às sequelas causadas pela ingestão de resíduos, ela não consegue se alimentar sozinha. Hoje, ela permanece sob os cuidados da equipe do Aquário Paraíba e recebea atenção e tratamento necessários para garantir seu bem-estar.
Outro caso marcante é o das araras que vivem no Aquário Paraíba após sofrerem maus-tratos. A maioria das aves veio do tráfico de animais, uma prática ilegal que causa grande sofrimento. “A ‘carequinha’, por exemplo, chegou sem penas devido ao estresse causado pelo cativeiro. Essas aves possuem penas de coloração vibrante, o que as torna alvo do mercado ilegal de animais silvestres”, conta o educador ambiental.
Como denunciar tráfico de animais
Para denunciar o tráfico ilegal de animais, é possível fazer de forma anônima e segura pelos seguintes canais:
Ibama – Linha Verde: 0800 61 8080
Ibama online: www.gov.br/ibama
Polícia Militar Ambiental da Paraíba: (83) 3218-7222