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Por Novos Futuros – ESG: as letrinhas que vão mudar o jeito das empresas encararem a sustentabilidade
Renata Câmara fala sobre como mais do que tendência, a adoção de práticas ESG é fundamental para garantir a competitividade e a responsabilidade socioambiental dos negócios
20 de fevereiro de 2025
Que os desafios das empresas, de todos os tamanhos, passam por uma boa dose de gestão e inovação para sobreviverem no mercado, isso seus donos já sabem. Mas foi-se o tempo em que os empreendedores só se preocupavam em ajustar custos, fazer investimentos, vender e auferir lucros para crescer.
As transformações que ocorrem do lado de fora das empresas batem à porta o tempo todo, exigindo que o posicionamento delas esteja de acordo com as expectativas dos seus clientes e, mais do que isso, com as expectativas da própria sociedade. Porque as empresas também têm responsabilidades sociais e ambienteis a cumprir, não somente os governos com suas políticas públicas e os cidadãos, individualmente.
O termo sustentabilidade ganhou projeção global, em 1972, como uma preocupação apontada pela ONU naquele ano, em função do excesso de poluição e degradação que as grandes indústrias já começavam a provocar no meio ambiente. Revelação que assustou todos os países, incluindo o Brasil, que buscava crescimento econômico pautado na expansão de grandes multinacionais no país.
Só em 1987, esse termo se traduziu num modelo de desenvolvimento que se contrapunha ao predominante, extrativista e esgotador de recursos e insumos naturais. Este novo modelo, cunhado pela médica e diplomata norueguesa Gro Brutland, e expresso no documento “Nosso futuro comum”, se define assim: o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.
De lá pra cá, muitas conferências e fóruns da ONU foram realizados, pactos e documentos assinados, mas a emergência da crise climática e a escassez de recursos naturais para manter o equilíbrio do planeta mobilizam agora não só instituições de peso global, governos de países e grandes corporações. Todas as empresas de qualquer porte, precisam assumir esse compromisso de forma prática. E é aí que entra a ESG.
A sigla que traduz do inglês os pilares ambientais, sociais e de governança de uma empresa traz uma metodologia para que todas as empresas demonstrem, de forma quantitativa e qualitativa, o que está sendo feito na prática para minimizar seus impactos no meio ambiente, construir relações sociais mais justas e equitativas e manter os processos internos e de gestão dentro da legalidade.
Surgiu pela primeira vez em 2014, num documento da ONU conhecido como Ganha quem se importa (Who Cares Win) e ganhou adesão do Banco Mundial que, junto com outras instituições financeiras do mundo todo, incluindo o Brasil, passaram a condicionar a aprovação de financiamentos e injeção de crédito à adoção de práticas de ESG.
Mais do que tendência, colocar em prática os princípios da ESG será condição para manter as empresas competitivas no mercado que atuam, com reputação elevada e potencial de receber investimentos. E como como consequência, a sociedade vai conquistando empresas cada vez mais comprometidas com iniciativas capazes de provocar transformações reais e duradouras. Da porta pra dentro e da porta pra fora.
Sobre Renata Câmara
Graduada em Comunicação Social, com MBA em Marketing (FGV) e Mestrado Profissional em Jornalismo (UFPB). Pós-graduanda em Desenvolvimento Sustentável e Economia Circular (PUC/RS). Atualmente, é analista de Educação Empreendedora no Sebrae Paraíba.