Construção Civil: Desafios na Valorização Profissional e a Atuação do Sistema Confea/Crea
Escassez de mão de obra qualificada, desvio de função e desinteresse de calouros afetam o setor
6 de fevereiro de 2025
A situação é agravada por práticas de desvio de função, com engenheiros sendo contratados como auxiliares administrativos para reduzir custos. O Conselho Federal de Engenharia se posicionou contra a nomeação de pessoas sem formação técnica adequada para cargos de alta relevância, como no caso da vice-presidência de engenharia de expansão da Eletrobrás.
O recente crescimento do setor reacende a discussão sobre a valorização dos profissionais de Engenharia, Agronomia e Geociências. Um símbolo histórico dessa luta foi o caso do engenheiro Odil Garcez Filho, que criou a lanchonete “O engenheiro que virou suco” após não conseguir recolocação profissional nos anos 80, refletindo a realidade de muitos profissionais durante a recessão.
Qualificação e Piso Salarial
A valorização da profissão passa pela exigência de qualificação técnica para obras públicas e pela defesa do piso salarial da categoria. Respeitar essa regulamentação poderia atrair novos profissionais e reverter o preocupante declínio no número de calouros. Em 2014, havia 469,4 mil ingressantes em graduações da área, número que caiu para 358,4 mil em 2023.
Desafios na Remuneração
Na Paraíba, a falta de interesse pela profissão reflete as condições precárias de trabalho e remuneração. O salário mínimo profissional para engenheiros, por lei, deve ser de 6 salários mínimos para uma carga horária de até 6 horas diárias, e 8,5 salários mínimos para 8 horas diárias. A anuidade de 2025 do Crea-PB será de R$ 743,88.
Denúncias e Fiscalização
O Sistema Confea/Crea reforça a importância da denúncia de editais que desrespeitem a legislação, disponibilizando uma plataforma para registros de irregularidades, reafirmando seu compromisso com a valorização dos profissionais e a prestação de bons serviços à sociedade.
