Brasil registra crescimento de 826% nos bares com entretenimento entre 2018 e 2024, revela Datahub
Análise indica que São Paulo lidera o mercado com 8.422 estabelecimentos, representando 4,36% do total nacional
3 de fevereiro de 2025
O segmento de bares que oferecem entretenimento apresentou um crescimento de 826% entre 2018 e 2024, saindo de 1.711 para 15.853 estabelecimentos. A informação vem de estudo recente da Datahub que revela números significativos e tendências deste mercado. Com dados coletados até dezembro de 2024 e uma análise histórica de 2010 a 2024, a pesquisa detalha os impactos da pandemia, o comportamento dos consumidores e as oportunidades que estão transformando a vida noturna.
Entre 2010 e 2024, o setor experimentou um crescimento contínuo nas aberturas, com um aumento de aproximadamente 488,6% ao comparar o número de estabelecimentos em 2010 com os de 2024. No entanto, picos de fechamento em 2018 e 2020, com 58.595 e 69.677 estabelecimentos fechados respectivamente, evidenciam a vulnerabilidade do setor a crises econômicas e eventos extraordinários, como a pandemia de COVID-19. Apesar disso, sinais de estabilização foram observados em 2024, marcando uma adaptação do mercado e uma ligeira redução nos fechamentos.
O Brasil conta atualmente com mais de 190 mil bares abertos. São Paulo lidera o mercado com 8.432 estabelecimentos (4,36% do total nacional), seguido pelo Rio de Janeiro com 5.300 bares (2,74%) e Belo Horizonte com 3.931 bares (2,03%). A segmentação por Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) revela que 63,16% dos bares são especializados em servir bebidas sem entretenimento como atividade principal. Em contrapartida, 36,84% oferecem entretenimento, sugerindo uma demanda crescente por experiências que vão além da simples oferta de bebidas. A distribuição por unidade federativa mostra a concentração de bares no Sudeste, com São Paulo e Minas Gerais liderando.
A análise da Datahub também destaca tendências globais que estão moldando o comportamento do consumidor. A busca por experiências autênticas e personalizadas tem impulsionado a popularidade de bares temáticos que exploram nichos específicos, criando ambientes que atraem públicos segmentados. Além disso, a economia compartilhada e a digitalização emergem como fatores cruciais para o setor. Serviços de reservas online e estratégias de marketing digital estão democratizando o acesso a ferramentas que permitem a pequenos empreendedores oferecerem experiências diferenciadas.
Serviço do serviço, economia compartilhada e tecnologia como impulsionadores
A digitalização e a economia compartilhada redefinem a forma como bares operam e interagem com seus clientes. O conceito de “serviço do serviço” integra funcionalidades como reservas online, promoções e programas de fidelidade em plataformas digitais, criando uma experiência mais coesa para o consumidor. “Hoje, não basta oferecer bebidas e música, é necessário entregar conveniência e experiência.”, destaca Yuri Balbi, cofundador do Night Crawl SP, um serviço de roteiros guiados por bares, ou pub crawls.
Além disso, o uso de plataformas como Airbnb para experiências e Eventbrite para promoções simplifica o acesso dos clientes aos serviços. Segundo Aline Berlofa, sócia de Balbi no Night Crawl SP, a tecnologia tem permitido que até pequenos empreendedores atraiam públicos diversificados e expandam sua presença no mercado. “É um diferencial competitivo que impulsiona tanto o turismo quanto a economia local”, diz.
Iniciativas como o pub crawl demonstram como a combinação de criatividade e dados pode transformar a experiência noturna em algo memorável e inclusivo. O conceito está ganhando popularidade no Brasil. “Sentimos que a vida noturna de São Paulo mudou; não temos mais a cultura de simplesmente ir para uma balada. Com o pub crawl, oferecemos algo além: uma noite cheia de conexões e descobertas”, afirma Balbi.
A dupla de empreendedores compartilha sua experiência com pub crawls no exterior ao criar o Night Crawl SP, que conecta turistas e moradores a bares icônicos da cidade. Com preços acessíveis e uma estrutura planejada, o projeto reflete as tendências de socialização, diversidade cultural e personalização dos bares. “Temos um público diverso, desde turistas buscando conhecer a cultura local até paulistanos em busca de experiências diferentes, todos conectados por um roteiro que mistura diversão e segurança”, ressalta Balbi.