
Robério Andriolo: “O avanço da tecnologia e automação de tarefas técnicas fizeram empresas valorizarem o que diferencia humanos das máquinas”
Fundador da Human SA fala sobre a importância das habilidades humanas em um mundo cada vez mais tecnológico.
16 de janeiro de 2025
Com mais de 25 anos dedicados ao mundo corporativo e uma paixão contagiante por pessoas, Robério Andriolo representa um novo olhar para o desenvolvimento profissional. Formado em Economia pela UFRJ e pós-graduado pela FGV-RJ, ele lidera iniciativas que colocam as habilidades humanas no centro da transformação organizacional. Fundador da Human SA, Robério tem como propósito ambicioso construir o maior ecossistema de educação em habilidades humanas voltadas à felicidade e bem-estar da América Latina até 2027.
Em entrevista para o Paraíba Total, ele compartilha insights sobre a importância das Human Skills, o impacto dessas competências no mercado de trabalho atual e como elas estão moldando o futuro das organizações.
Com o avanço da tecnologia e a automação de tarefas técnicas, as empresas passaram a valorizar aquilo que diferencia os humanos das máquinas. Habilidades como empatia, criatividade e colaboração são fundamentais para resolver problemas complexos que exigem sensibilidade e pensamento inovador. Por fim, o mercado atual é marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Nesse contexto, habilidades como adaptabilidade, inteligência emocional e pensamento crítico são cruciais para navegar por cenários imprevisíveis.
1. Invista no Autoconhecimento
O primeiro passo para melhorar qualquer habilidade é compreender suas próprias forças e áreas de melhoria.
Como fazer:
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Realize avaliações de personalidade, como MBTI, DISC ou CliftonStrengths.
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Peça feedback honesto de colegas, líderes e mentores.
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Mantenha um diário para refletir sobre interações, emoções e aprendizados diários.
2. Pratique a Comunicação Assertiva
Comunicação clara, empática e respeitosa evita conflitos e constrói relacionamentos mais fortes.
Como fazer:
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Treine apresentações em público e busque feedback sobre sua clareza e presença.
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Use a técnica do “Eu sinto” em conversas difíceis (ex.: “Eu sinto que podemos melhorar nossa colaboração”).
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Participe de cursos de storytelling ou oratória para aprimorar suas habilidades de influência.
3. Trabalhe a Resolução de Conflitos
A capacidade de mediar conflitos é uma competência valorizada em ambientes corporativos.
Como fazer:
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Estude técnicas de negociação e mediação.
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Pratique separar problemas de pessoas, focando na solução em vez do conflito.
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Mantenha a calma e ouça ativamente antes de responder.
4. Cultive a Adaptabilidade
Mudanças rápidas no mercado exigem flexibilidade e disposição para aprender continuamente.
Como fazer:
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Experimente sair da zona de conforto, aceitando projetos ou desafios fora da sua área de expertise.
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Adote uma mentalidade de crescimento (growth mindset), vendo falhas como oportunidades de aprendizado.
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Atualize-se sobre tendências e novidades no seu setor.
5. Desenvolva Networking Autêntico
Conexões significativas podem abrir portas para oportunidades e aprendizado contínuo.
Como fazer:
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Participe de eventos e comunidades relacionados ao seu setor.
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Mantenha um contato regular com sua rede profissional, oferecendo valor antes de pedir algo.
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Mostre interesse genuíno pelas histórias e desafios dos outros.
6. Busque Mentoria
Um mentor pode ajudar a identificar suas lacunas de habilidade e oferecer orientação prática.
Como fazer:
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Conecte-se com líderes ou colegas experientes em sua área de interesse.
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Esteja aberto a críticas construtivas e aplique o feedback recebido.
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Ofereça contrapartidas, como compartilhar aprendizados ou ajudar com projetos.
Você pode compartilhar exemplos de empresas ou situações em que o foco no desenvolvimento de human skills impactou positivamente os resultados organizacionais?
Sim, várias empresas e situações ilustram como o foco no desenvolvimento de Human Skills impactou positivamente os resultados organizacionais. Esses exemplos mostram que, ao priorizar habilidades comportamentais, as organizações conseguem melhorar a produtividade, o engajamento, a retenção de talentos e até mesmo a inovação. Vou citar alguns exemplos notórios que já se tornaram públicos:
Google – Projeto Aristóteles: Após realizar um estudo interno chamado Projeto Aristóteles para identificar o que torna as equipes mais eficazes, descobriu-se que segurança psicológica, uma habilidade comportamental, era o principal fator para equipes de alto desempenho. Com base nesse estudo, o Google implementou treinamentos para líderes e equipes focados em criar um ambiente de confiança e comunicação aberta, resultando em maior colaboração, criatividade e satisfação das equipes.
Microsoft – Sob a liderança de Satya Nadella, a Microsoft passou de uma cultura corporativa competitiva para uma cultura de aprendizado e empatia. Nadella promoveu valores como humildade, colaboração e empatia, além de investir em treinamentos para líderes desenvolverem inteligência emocional e coaching. A mudança cultural resultou em aumento significativo do engajamento dos funcionários, maior inovação e crescimento no valor de mercado, que triplicou durante sua liderança.