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pistache
Foto: Pexels

Com apoio da Embrapa, Nordeste poderá receber primeira produção brasileira de pistache

Com apoio da Faec e Embrapa, iniciativa visa adaptar o pistache ao clima tropical, com previsão de colheitas entre 2035 e 2040.

16 de janeiro de 2025

Atendendo à proposta da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), a Embrapa Agroindústria Tropical se envolveu em um projeto para avaliar a viabilidade do cultivo de pistache na Serra da Ibiapaba. A ideia surgiu após representantes da Faec visitarem a Califórnia, um dos maiores produtores de pistache do mundo, cuja experiência poderá ser essencial para adaptar a planta ao clima tropical da região. O pistache, antes raro no Brasil, tornou-se popular em diversas receitas, como sorvetes, cheesecakes e até esfiha, com importações triplicando desde 2022, alcançando mil toneladas em 2024.

A Embrapa planeja cultivar pistache no Ceará até 2027, com colheitas previstas para entre 2035 e 2040. Esse processo inclui a adaptação da planta ao clima tropical e desafios técnicos, como o estudo das variedades cultivadas na Califórnia e sua aclimatação ao ambiente cearense. O projeto, ainda em estágio embrionário, prevê a importação de material genético dos Estados Unidos em 2025, com o objetivo de começar os experimentos na Serra da Ibiapaba.

Gustavo Saavedra, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, destaca que o projeto exigirá planejamento a longo prazo, visto que o cultivo de pistache é um processo lento, levando de 10 a 15 anos para se consolidar. Ele menciona que a planta requer um clima temperado com invernos rigorosos e temperaturas baixas para garantir uma boa produção, o que representa um grande desafio para a adaptação às condições tropicais da Serra da Ibiapaba.

Embora a adaptação do pistache ao Brasil ainda seja uma incógnita, a crescente demanda pelo produto e o aumento significativo das importações motivam os estudos da Embrapa. O Brasil, que atualmente importa 100% do pistache consumido, poderia se beneficiar de uma produção local, reduzindo a dependência das flutuações do mercado internacional, especialmente com a variação do dólar.

Apesar das incertezas, o projeto pode abrir portas para novas experiências agrícolas e para o fortalecimento do Ceará como um polo agrícola inovador. As próximas etapas incluem a realização de diagnósticos e estudos teóricos, seguidos pela importação de cultivares, um processo que pode levar pelo menos um ano. A expectativa é que as primeiras plantações ocorram em 2027, com a produção começando somente após seis anos, dependendo da adaptação da planta.

Fonte: Redação