Artesanal: cerveja de caju produzida no Nordeste conquista reconhecimento nacional
Produzida com caju do Semiárido baiano, cerveja premiada celebra inovação da agricultura familiar e conquista espaço no mercado nacional
17 de dezembro de 2024
Refrescante, saborosa e com o aroma cítrico e inconfundível do caju. Foram com essas características que a cerveja Aratinga Fruit Beer venceu, neste mês de novembro, o prêmio de melhor cerveja artesanal na categoria Ale do Brasil, em uma premiação que envolveu 150 rótulos de todo o país.
O concurso, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Sebrae, a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) e Papo de Someliere, representou o reconhecimento do trabalho das 750 famílias agricultoras da Cooperativa da Cajucultura Familiar do Nordeste da Bahia (Rede Cooperacaju), cooperativa com sede em Ribeira do Pombal, no território Semiárido Nordeste II, que hoje entrega sua produção para a fabricação da cerveja e de outros produtos.
Segundo o presidente da Cooperacaju, Ícaro Rennê, o primeiro lugar premia desde a concepção da ideia de produzir a cerveja, uma solução inovadora para reduzir o desperdício do caju que, durante a safra, era descartado para o aproveitamento da castanha, até a atuação no campo dos agricultores e agricultoras familiares para obtenção de um caju com melhor qualidade.
“Esse prêmio é de grande importância para nós, pois retrata a qualidade da nossa cerveja de caju, que caiu no gosto dos consumidores. Com esse prêmio, o foco agora é aumentar a nossa capacidade produtiva e ganhar cada vez mais mercados para gerar renda para os nossos agricultores e transformar o caju em uma fruta reconhecida mundialmente”, ressalta Ícaro.
Há apenas dois anos no mercado, a cerveja de caju tem 4,3% de teor alcóolico e se destaca pelo sabor natural do caju. A produção da cerveja de caju é feita em parceria com a cervejaria Dragornia, localizada em Feira de Santana. Todo esse cuidado da base de produção até a comercialização tem como resultado a satisfação de seu Almeida, como é conhecido o agricultor familiar José Macedo dos Santos.
“Esse é um momento especial, em que todos nós cooperados ficamos gratos por esse prêmio. Isso mostra que nós estamos no caminho certo, fazendo da cajucultura a realização do nosso sonho de produzir caju e castanha com qualidade”, comemora seu Almeida.
O concurso, que passou pelas fases de júri técnico, júri popular e ainda fez questão de conceder pontuação às histórias das cervejas e seus representantes, é mais uma prova de que a agricultura familiar baiana, com o apoio do Governo do Estado por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), segue desbravando novos caminhos para gerar renda e qualidade de vida no campo.
Na Cooperacaju, os investimentos vão desde a entrega de máquinas e equipamentos, assistência técnica, até a construção de uma unidade de beneficiamento de castanha caju e de uma unidade de processamento do líquido da casca da castanha de caju (LCC). Ações que desenvolvem e impactam, positivamente, a vida de centenas de agricultores e agricultoras familiares da região semiárida da Bahia
Fonte: Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional