Quatro em cada 10 brasileiros que compram pela internet já fizeram isso por impulso
Levantamento divulgado nesta quarta-feira (4) traz detalhes sobre hábitos de consumo da população, como preferência por lojas físicas e produtos nacionais
10 de dezembro de 2024
Quatro em cada 10 brasileiros que compram pela internet admitem que já fizeram isso por impulso e se arrependeram depois. É o que revela um levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira (RSB) – Hábitos de Consumo pela Internet, divulgada nesta quarta-feira (4), o percentual de pessoas que compram produtos online sem pensar e se lamentam posteriormente chega a 45% entre os mais jovens e a 43% entre aqueles com maior escolaridade e maior renda.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, lembra que as pessoas podem encarar consequências negativas se comprarem sem refletir.
“Muitas vezes, o consumidor é levado a comprar por impulso, seja porque percebe uma queda muito forte de preço ou uma oportunidade que pode passar rapidamente. Mas, ao fazer isso, ele não reflete sobre a real possibilidade e necessidade de fazer aquela compra, o que pode trazer impacto negativo, inclusive, na hora de fazer compras mais corriqueiras e mais necessárias”, ressalta.
Mais de 60% preferem produtos nacionais
Segundo a pesquisa, 62% dos entrevistados disseram nunca ter deixado de comprar no mercado nacional para comprar no exterior. Por outro lado, 36% dos brasileiros disseram já ter deixado de comprar produtos nacionais para adquirir produtos importados por meio de sites e aplicativos de outros países. Na faixa etária de 16 a 24 anos, esse percentual sobe para 52%.
A proporção dos que desistiram de adquirir bens brasileiros para comprar importados chega a 44% entre as pessoas com ensino superior e a 43% nas famílias com renda superior a cinco salários-mínimos.
O menor preço do produto é a principal razão para a preferência pelos importados para 54% dos entrevistados. A melhor qualidade do produto (15%) e a falta do bem no mercado nacional (13%) aparecem em seguida.
Quase metade dos brasileiros que compraram pela internet tiveram problema com o produto
A pesquisa da CNI mostra, ainda, que quase metade dos brasileiros que compraram pela internet já receberam produto com defeito ou diferente do anunciado. Entre as pessoas que passaram por esses problemas, 44% decidiram devolver ou trocar o item; 34% entraram em contato imediato com o serviço de atendimento ao cliente; e 18% se decepcionaram com a qualidade do produto.
Para 74% dos entrevistados, há vantagens em comprar pela internet, sendo o preço mais baixo em comparação às lojas físicas a principal delas (36%). A praticidade/comodidade para fazer compras sem sair de casa foi o segundo ponto positivo mais citado (28%).
O levantamento diz que dois terços dos brasileiros veem desvantagens em comprar nas lojas virtuais. Para 18% da população, a demora na entrega é o principal ponto negativo das compras online, seguida pela falta de segurança no momento da compra (9%) e pela falta de contato com o produto (8%).
Seis em cada 10 brasileiros já compraram pela internet
Quase 60% da população já fez compras online, mostra a RSB. O percentual chega a 89% entre aqueles que têm ensino superior; a 88% nas famílias de maior renda; e a 77% entre os mais jovens. Por outro lado, é de apenas 17% entre os analfabetos ou sem grau de instrução; 27% entre os mais velhos; e 38% nas famílias com renda de até um salário-mínimo.
O levantamento também mostra que a população continua preferindo comprar presencialmente do que pela internet, independentemente do produto. A escolha pelas lojas físicas ultrapassa os 80% para itens como móveis, produtos para animais, alimentos e bebidas. No entanto, mais de um terço da população afirma priorizar a compra online no caso de produtos de informática, equipamentos eletrônicos, livros, revistas e brinquedos.
As roupas são os itens mais frequentemente comprados pela internet, com 59% de frequência, entre aqueles que já compraram por esse meio. Em seguida, vêm os produtos de informática e equipamentos eletrônicos (44%), calçados e bolsas (44%), eletrodomésticos (37%) e utensílios para o lar (33%).
Amostra
A pesquisa foi realizada pela Nexus, empresa da FSB Holding, entre 17 e 20 de maio. Foram entrevistadas 2.012 pessoas, a partir de 16 anos, em todos os estados e no Distrito Federal, exceto no Rio Grande do Sul (em razão das chuvas que atingiram o estado naquele período).
Fonte: CNI