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Foto: Freepik

Economia Criativa como impulsora do desenvolvimento econômico na Paraíba

Regina Amorim fala sobre a revitalização de espaços históricos e o fortalecimento do turismo rural como fundamentais para o crescimento da economia criativa nas cidades turísticas da Paraíba

9 de dezembro de 2024

A economia criativa pode ser entendida como a chave da prosperidade no cenário econômico atual. O valor cultural é reconhecido pelo seu poder simbólico, através de diferentes formas de engajamento artístico cultural, mas também pelo poder de valorizar e legitimar práticas culturais criativas.

Esse artigo é resultado da necessidade de compreender e refletir melhor, sobre o valor cultural nos diversos municípios turísticos da Paraíba, principalmente em João Pessoa e Campina Grande, cidades criativas da UNESCO.

Em quase todos os municípios é possível encontrar prédios abandonados que podem ser ressignificados pelos poderes públicos e iniciativa privada, como instalações culturais para ateliês de artes visuais, artes cênicas, lojas colaborativas, centros culturais, negócios criativos e museus.

Essas iniciativas podem fazer parte dos projetos estruturantes dos governos municipais (2025-2028). A inserção de estratégias urbanas para a revitalização de centros históricos, estação ferroviária, valorização do patrimônio cultural, criação de oportunidades de emprego, estímulo ao empreendedorismo cultural são projetos que além de embelezar e qualificar a cidade, contribuem para o turismo criativo e para os empreendimentos turísticos e empresariais.

A revitalização de prédios abandonados deve manter a sua infraestrutura original restaurada, com boas instalações, internet, espaços para reuniões, cafés, restaurantes, musicais e outros eventos culturais, lojas de moda criativa e autoral, artesanato, ou seja, dar prioridade para os negócios da economia criativa.

Os espaços criativos e culturais revelam a valorização dos negócios criativos e culturais, bem como a organização do espaço social e suas características, que o diferencia historicamente de outros espaços comuns. Também revelam sobre o estado da cultura e da economia criativa nas cidades.

A revitalização do Largo da Estação Ferroviária de Sousa – PB transformou a paisagem do bairro da Estação e trouxe uma experiência turística e cultural para a cidade. A obra simboliza o resgate de parte da história ferroviária da cidade, ao mesmo tempo que oferece à comunidade um espaço moderno e convidativo para o lazer. Com a revitalização dos prédios históricos e a construção de novas áreas, o Largo da Estação Ferroviária já se consolida como um espaço de pertencimento para os moradores e uma atração imperdível para os turistas.

A Estação Ferroviária de Guarabira é outro polo cultural de grande relevância para a cidade e a região, abrigando Museu da Estação Ferroviária, Museu de Arte Naif e Espaço Cultural para Exposições Itinerantes.

A Estação Ferroviária de Bananeiras – PB é outro exemplo de requalificação do patrimônio histórico, que se transformou na Pousada da Estação, de Roteiros de Charme, pela visão empreendedora dos empresários.

Recentemente o centro histórico de Currais Novos – RN foi palco de um evento nacional, a RURALTUR – Feira de Turismo Rural do Brasil, que tem foco na criatividade e na comercialização de experiências turísticas autênticas.

Em sua 20ª edição, a Feira tornou-se o mais importante evento para os negócios do turismo rural, criativo e cultural. RURALTUR tem se posicionado nos mercados regional e nacional, porque o desenvolvimento econômico se inicia a partir de inovações dos negócios e dos eventos. Um ambiente democrático de negócios, uma inspiração para se conhecer e aprender.

O turismo rural é uma fonte de inspiração da economia criativa. Contribui para a construção de narrativas, valoriza o patrimônio cultural e reafirma a sua identidade regional. Pode ser parte integrante e distinta dos municípios, fornecendo força de trabalho, bens e serviços culturais, espaço comercial dos negócios criativos e dos eventos culturais, que atraem visitantes e têm o pertencimento da comunidade local.

Devem estar nas iniciativas de políticas públicas, voltadas para o desenvolvimento econômico local, através das atividades criativas, em áreas urbanas e rurais. A diversidade cultural é parte integrante dos valores do turismo, que fortalece a interação dos setores rural, cultural e criativo, visando alcançar a competitividade nos mercados.

Regina Amorim

Foto: Linkedin

Sobre Regina Amorim

É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.

Fonte: Regina Amorim