Missão 3 da Nova Indústria Brasil vai investir R$ 1,6 tri em moradia, saneamento e infraestrutura
Cerimônia de anúncio ocorreu no Palácio do Planalto com a presença do presidente Lula. Objetivo é impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033 baseado em elementos como sustentabilidade e inovação
1 de novembro de 2024
Em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Governo Federal anunciou nessa quarta-feira, 30 de outubro, investimento da ordem de R$ 1,6 trilhão, de recursos públicos e privados, para cidades sustentáveis e mobilidade verde.
Durante o evento, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou que a Missão 3 da Nova Indústria Brasil (NIB) melhora a qualidade de vida das pessoas, com investimento em casas, saneamento e infraestrutura.
“É investimento recorde. Esse investimento é o que mais gera emprego. Construção civil é emprego na veia. Ele é rápido, impulsiona a atividade econômica, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Estamos falando de moradia, saneamento básico, energia renovável, estamos falando de mobilidade”, explicou o ministro, ao falar da importância de investimento para o Brasil ter um crescimento sustentável.
A Missão 3 tem como objetivo melhorar a qualidade de vida nas cidades, de modo a integrar mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico.
Também participaram do evento os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o presidente da CAIXA, Carlos Vieira, entre outras autoridades e empresários.
Rui Costa ressaltou que é fundamental a valorização dos investimentos nos setores da construção civil e infraestrutura. Além disso, ele mencionou a execução financeira de 40% dos investimentos do Novo PAC. “Nós estamos retomando aquilo que foi abandonado durante alguns anos no Brasil, um planejamento de Estado, que não é apenas um planejamento de governo, um planejamento de Estado se faz com a sociedade. Quem são os que estão nessa sala? Os representantes da sociedade, do setor produtivo. E eu quero transmitir a cada um de vocês os meus parabéns, porque vocês acreditam no Brasil, estão investindo no Brasil, estão apostando que o Brasil está dando certo”, disse o ministro da Casa Civil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a indústria será uma das áreas a serem favorecidas com a Reforma Tributária. “Nós sabemos o que a construção civil pode representar em termos de desenvolvimento econômico. Nós sabemos o déficit habitacional desse país. Nós conhecemos o déficit de infraestrutura deste país e a indústria depende de boa infraestrutura para conseguir competir. Ela vai ser enormemente favorecida pela Reforma Tributária, porque nós vamos deixar de exportar tributos a partir do ano de 2026 e vamos passar a ser muito mais competitivos do que somos hoje”, declarou.
Investimento privado
Do total de R$ 1,6 trilhão, alinhado a essa missão, 75% são provenientes da iniciativa privada. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) anunciaram investimentos de R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029.
R$ 833 bilhões – mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, entre outros
R$ 222,5 bilhões – habitação
R$ 1,6 bilhão – produção de insumos
Para o presidente executivo da ABDIB, Venilton Tadini, os investimentos em infraestrutura vão contribuir com o processo de industrialização do Brasil. “Os crescimentos são muito significativos na área de saneamento, na área de transporte e logística”, destacou.
Já o presidente da CBIC, Renato Correia, destacou que os investimentos anunciados são reflexos da melhoria do ambiente de negócios. “O setor da construção está pronto para dar sua contribuição, entendendo que não é possível um crescimento sustentável sem fortalecer e expandir a indústria nacional”, afirmou.
Minha Casa, Minha Vida
Na cerimônia, o ministro das Cidades, Jader Filho, apresentou um balanço do que tem sido feito pela pasta para atender às necessidades da população nos campos habitacional, de mobilidade urbana e de saneamento.
“O Minha Casa, Minha Vida se consolidou como o maior programa habitacional da nossa história, e hoje é responsável por 53% dos lançamentos habitacionais no país, segundo os dados da CBIC. Quer dizer, o programa lançou mais do que o restante do mercado imobiliário no último trimestre”, afirmou o ministro das Cidades.
Quanto ao saneamento, pelo PAC Saneamento Básico, de acordo com Jader Filho, o Ministério das Cidades já tem cerca de mil propostas selecionadas para dar passos concretos em áreas estratégicas, como o abastecimento de água, o esgotamento sanitário e o manejo de águas pluviais. Os recursos, implementados nas cinco regiões do país, chegam a R$ 25,7 bilhões.
Caixa reforça NIB
Com aporte de R$ 63 bilhões, a Caixa Econômica Federal entrou no Plano Mais Produção para fortalecer o financiamento do desenvolvimento industrial. Com isso, subiu para R$ 405,7 bi o total de recursos em projetos que se relacionem às seis missões da NIB.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, falou sobre a importância de colaborar com recursos na Missão 3. “Esses investimentos definidos hoje contribuirão para que o Brasil continue crescendo”, concluiu Vieira.
As demais instituições do Plano Mais Produção são BNDES, Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii. Também entram na conta dos recursos públicos para a Missão 3 outros R$ 492,4 bilhões da Caixa, do BNB e do BNDES destinados a obras do PAC e do programa Minha Casa, Minha Vida, cujos investimentos alavancam as atividades industriais ligadas a esta missão.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, apontou o crescimento da economia brasileira, destacando, inclusive, a liderança do setor da indústria. “Depois de muito tempo, é a primeira vez que a indústria lidera o crescimento, nesse último trimestre. O investimento lidera o crescimento. Teve uma mudança de qualidade. A indústria é decisiva para gerar mais valor agregado, inovação, gerar empregos qualificados e dar suporte, tanto às outras atividades, inclusive à agricultura. O nosso desafio é dar sustentabilidade a essa conquista”, destacou Mercadante.
Plano Mais Produção tem R$ 405,7 bilhões até 2026
R$ 259 bilhões – BNDES
R$ 63 bilhões – Caixa
R$ 51,6 bilhões – Finep
R$ 16,7 bilhões – Banco do Nordeste
R$ 14,4 bilhões – Banco da Amazônia
R$ 1 bilhão – Embrapii
Finep assina 11 contratos
Na cerimônia, a Finep assinou 11 contratos de financiamento com empresas brasileiras que totalizam R$ 320 milhões, sendo R$ 220 milhões da Financiadora e R$ 100 milhões de contrapartidas das empresas. Os recursos de subvenção econômica e de crédito da Finep são do Programa Mais Inovação e serão destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias abarcadas por essa missão, que busca atuar nos setores de infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis, visando a integração produtiva e bem-estar nas cidades.
Um exemplo entre as inovações é o projeto de um “barco voador”, veículo capaz de voar sobre a lâmina dos rios e que receberá recursos de R$ 10 milhões. A tecnologia vem sendo desenvolvida pela startup amazonense AeroRiver. Segundo a empresa, o barco voador poderá transportar até 10 passageiros, inclusive em períodos de seca, alcançando 150 km/h.
Conheça os projetos:
|
Total de investimentos privados
Desde o lançamento da Nova Indústria Brasil, em janeiro deste ano, e outras iniciativas alinhas à neoindustrialização, como o programa Mover (Mobilidade Sustentável), o setor produtivo tem respondido aos esforços do governo federal. Até o momento já foram anunciados R$ 1,7 trilhão de investimento privado para impulsionar a indústria nacional. Confira o investimento, por setor.
- Setor da Construção – 1,06 trilhão
- Setor da TICs – R$ 100,7 bilhões
- Setor Automotivo – R$ 130 bilhões
- Setor de Alimentos – R$ 120 bilhões
- Setor de Aço – R$ 100 bilhões
- Setor de Papel e Celulose – R$ 105 bilhões
- Setor de Saúde – R$ 39,5 bilhões