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Foto: Freepik

Saldo do crédito deve crescer 1,2% em setembro, com expansão anual da carteira em 10,1%

Pesquisa da Febraban mostra que avanço deverá ser disseminado tanto no crédito voltado às empresas, quanto para famílias, com destaque para o crédito rural, linhas de financiamentos de veículos e fluxo de caixa

23 de outubro de 2024

O saldo total da carteira de crédito deve apresentar alta de 1,2% em setembro, com crescimento disseminado entre os recursos voltados às empresas e famílias. Com o resultado, o ritmo de expansão anual da carteira deve se manter estável em 10,1%, revela a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban.

As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, a depender da linha de crédito, de 42% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional. O levantamento da Febraban é divulgado mensalmente como uma prévia dos dados oficiais, que estão programados para serem divulgados no dia 30 de outubro, pelo Banco Central nas Estatísticas Monetárias e de Crédito.

De acordo com a pesquisa, o crédito às empresas deve crescer 1,2%, com a maior alta vindo da carteira livre, com estimativa de avanço de 1,5%, beneficiada pela sazonalidade positiva das linhas de fluxo de caixa (desconto de recebíveis e antecipação de faturas), típica no fechamento de trimestre.

Apesar do avanço, o resultado deve ser mais fraco do que o apresentado em 2023, o que deve gerar alguma perda de fôlego no ritmo de expansão anual da carteira Pessoa Jurídica Livre (de 7,2% para 6,4%), que vinha acelerando nos últimos 4 meses.

Já a carteira Pessoa Jurídica Direcionada, os recursos devem crescer 0,8% em setembro, puxados pelos financiamentos com recursos do BNDES e programas públicos.

O crédito destinado às famílias, por sua vez, deve avançar 1,1% no mês. A maior alta deve vir da carteira Pessoa Física Direcionada, com crescimento de 1,3%, impulsionada pelo crédito rural (novo Plano Safra), ainda que abaixo da expansão observada nos últimos anos. Já a carteira Pessoa Física Livre deve crescer 0,9%, com manutenção do avanço das linhas de financiamentos de veículos, crédito pessoal e cartão à vista, favorecidas pelo aumento do emprego e da renda.

Com isso, a carteira Pessoa Física Livre deve voltar a ganhar tração, acelerando de 10,7% para 11,6%, puxando o desempenho do crédito total às famílias (de 11,5% para 11,9%).

“Os números da pesquisa indicam que o mercado de crédito manteve seu bom dinamismo até o final do 3º trimestre, especialmente no segmento de recursos livres, mais sensível às condições econômicas. As surpresas positivas com o crescimento da economia e com o mercado de trabalho, que ainda se mostra aquecido, ampliando a renda das famílias, têm permitido uma maior expansão do crédito”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Apesar do novo ciclo de aperto monetário, nossa expectativa é que o ritmo de expansão do crédito se mantenha no patamar de dois dígitos até o fim do ano. Uma reversão aqui só mesmo com uma piora importante no cenário macroeconômico, que não está no nosso radar”, complementou o diretor.

Concessões

De acordo com a pesquisa, as concessões de crédito devem recuar 4,4% em setembro. Entretanto, ajustando pelo número de dias úteis, o volume de concessões deve ficar praticamente estável, com variação de apenas 0,1%.

A estabilidade no mês, ajustada por dias úteis, reflete, de um lado, o maior volume de operações com recursos livres (+0,8%), com destaque para o crédito destinado às famílias, diante de um cenário de forte aumento do consumo; e, do outro, queda das operações direcionadas (-4,3%).

No caso das operações direcionadas, o menor volume na margem reflete a elevada base de comparação do crédito rural, devido ao maior volume de concessões do Plano Safra no início do programa, bem como das linhas de financiamentos com recursos do BNDES e de “outros créditos direcionados” (que inclui os programas públicos), que foram impulsionadas nos últimos meses pelas medidas de auxílio ao Rio Grande do Sul.

Na visão acumulada em 12 meses, o volume de concessões deve seguir acelerando, passando de uma alta de 12,1% em agosto para 12,5% em setembro.

Fonte: Febraban