Consumo Consciente – Greenwashing: como reconhecer, evitar e combater
Thaisa Bogoni fala sobre os perigos do greenwashing no marketing, quando empresas promovem práticas ambientais enganosas, confundindo os consumidores e prejudicando o consumo consciente.
8 de outubro de 2024
Um ponto que ameaça a validação do que se propõe o consumo consciente são ações de marketing que apresentam informações superficiais ou até enganosas, que podem confundir e prejudicar os consumidores. Conhecida como greenwashing, a prática vem ganhando cada vez mais repercussão no mercado e na mídia, com casos de diversas marcas que mascaram ou fraudam dados e informações a respeito das suas ações ligadas à sustentabilidade.
O greenwashing torna-se então um assunto indispensável na discussão sobre a atuação da área de marketing em diferentes mercados, pois várias empresas divulgam um posicionamento aparentemente preocupado com a agenda ESG, mas que não condiz com a sua realidade. A falta de informações precisas ou a excessiva confiança em parceiros e fornecedores faz com que muitas organizações promovam um marketing ambiental inadequado. Contudo, nada justifica a incapacidade de se mapear e conhecer a atuação de todos os stakeholders envolvidos na cadeia produtiva, de modo a garantir que a ética e transparência ocorram de ponta a ponta.
Os consumidores são frequentemente bombardeados com afirmações vagas como “ecologicamente correto”, “bom para o planeta”, “sustentável” e imagens de natureza em campanhas publicitárias e rótulos de produtos, feitos por empresas que tentam lucrar com a crescente preocupação ambiental. Identificar os impostores torna-se difícil pois diversos setores estão inundados de esquemas de certificação que se propõe a orientar e regular as indústrias para um rumo mais verde. Mas como investigar o que é ou não correto e confiável?
Felizmente já existem algumas instituções que auxiliam neste combate. No nosso país, é possível citar o IDEC (Instituto de Defesa de Consumidores), o IBRACON (Instituto de Auditoria Independente do Brasil) e o Instituto Akatu, que frequentemente realizam publicações com dados atualizados, analisando relatórios de sustentabilidade de empresas e a evolução das opiniões dos consumidores.
A compreensão da sustentabilidade pode ser algo complexo, porém não é vendável. Por isso, é papel de toda a sociedade checar dados apresentados e buscar informações sobre a atuação das marcas que escolhem e apoiam. O Capitalismo Consciente também contribui nesta jornada com seus quatro pilares: a partir do propósito maior, da cultura consciente, da liderança consciente e da orientação para stakeholders, torna-se possível conhecer e implementar práticas para a superação dos problemas gerados pelo greenwashing.
Sobre Thaisa Bogoni
Publicitária e especialista em marketing, moda e sustentabilidade, com mais de 15 anos de experiência em gestão de projetos e planejamento estratégico de comunicação, marketing e branding, trabalhando em empresas nacionais e multinacionais, tanto no mercado B2B quanto B2C em diferentes segmentos.
Mestranda em administração pela UFMG, na linha de Marketing, pesquisa sobre comportamento de consumo consciente e moda sustentável.
Conselheira da filial de Belo Horizonte do Capitalismo Consciente Brasil.
Tem como propósito promover maneiras de despertar a consciência das pessoas de que, para prosperar, suas atitudes devem priorizar o bem coletivo, a pluralidade e a sustentabilidade do planeta.
Fonte: Thaisa Bogoni