Economia Criativa: o papel dos agentes de desenvolvimento no turismo
Regina Amorim discute a importância do desenvolvimento do potencial criativo e da inovação para o turismo e a economia criativa, destacando o papel dos Agentes de Desenvolvimento em conectar pessoas e estimular mudanças sustentáveis.
7 de outubro de 2024
O desenvolvimento do potencial criativo é um caminho que possibilita a inovação, com a sua capacidade de gerar ideias, de resolver problemas ou de criar oportunidades.
A inovação está cada vez mais demandada no cenário econômico atual, pelas “organizações que aprendem” e estão em constante processo de mudanças, ou seja, a necessidade de encontrar novas saídas, abrir as janelas da imaginação, ver no futuro novas alternativas. Muitas situações vivenciadas no mundo atual são inéditas, por isso devemos estar sempre aprendendo.
Ter capacidade de aprender e reaprender torna-se cada vez mais necessária, no cenário atual de rápidas transformações. Empreender em um ambiente de mudanças constantes é enxergar desafios como chances de aprendizado e de crescimento. Podemos ser proativos ou reativos, antecipando-se ou adaptando-se às mudanças, respectivamente.
Uma das primeiras tarefas de um Agente de Desenvolvimento que observa um território é analisar os cenários políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais do lugar. É ter a visão territorial para o desenvolvimento sustentável. É enxergar os segmentos da economia criativa para estimular o empreendedorismo, seja com as artes visuais, artes cênicas, artes midiáticas, artesanato, a música, cinema, a literatura, o turismo, a gastronomia, a moda e demais atividades criativas.
O principal papel de um Agente de Desenvolvimento do Turismo e da Economia Criativa é atuar em rede, conectando pessoas, mercado, negócios e parcerias, para estimular as mudanças necessárias no território e disseminar informações entre todos os envolvidos. É ter habilidade para lidar com pessoas, inspirando-as, ouvindo-as e criando vínculos emocionais, de modo a encorajá-las para gerenciar a criatividade e as mudanças necessárias.
É fundamental que se desenvolva formas de estimular e reconhecer ideias de pessoas talentosas para direcionar a sua energia criativa. O maior desafio de um território é a incapacidade de algumas comunidades, de se reinventar e criar estratégias inovadoras, que atraiam consumidores, sem perder a sua identidade e os seus valores culturais.
A governança de um território deve ser uma rede capaz de aumentar a interação, entre as pessoas, gerenciar a colaboração, manter relacionamentos e gerar possibilidades criativas. O fortalecimento da governança do turismo de um município ou região, contribui para aumentar o sentimento de pertencimento e identidade territorial, que compreende: o patrimônio histórico e natural, os dialetos, as crenças, as relações sociais, as empresas e a cultura do lugar.
Desenvolver o potencial criativo de um território faz parte das atribuições dos Agentes de Roteiros Turísticos do SEBRAE, que são verdadeiros consultores do turismo e da economia criativa, na formatação de rotas e roteiros de experiências autênticas, inusitadas e singulares, que emocionam os turistas.
A estratégia de formatar rotas e roteiros para os mercados é inovar a oferta turísticas de qualquer destino. A parceria com as agências de turismo tem sido fundamental para atender às expectativas dos turistas, com visão ampliada do significado da estratégia de inovação, por meio de experiências diferenciadas e criativas.
O processo de inovação exige uma mudança significativa na forma de pensar e criar, vencendo as resistências e os modelos tradicionais, que só favorecem a passividade e o conformismo.
Os consultores do turismo e da economia criativa, precisam ser criativos, pensar diferente, com determinação, entusiasmo e conhecimento. As iniciativas de criatividade proporcionam situações que só direcionam para experiências inovadoras, com o foco no futuro. É essencial contar com pessoas criativas nos destinos turísticos, que pensem o futuro, como se estivessem pensando o presente e que gerem ideias cada vez mais transformadoras. A atividade turística em qualquer território é um processo de mudança continuada, que deve harmonizar uma visão sobre o futuro e proporcionar o desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental.
Sobre Regina Amorim
É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.
Fonte: Regina Amorim