Importações predatórias ameaçam R$ 826 bilhões em investimentos e empregos até 2027
Importações vindas de países que adotam práticas predatórias de comércio corroem o mercado de segmentos da indústria, ameaçando investimentos previstos e empregos no Brasil
26 de setembro de 2024
As importações vindas de países que adotam práticas predatórias de comércio corroem o mercado de segmentos da indústria, ameaçando investimentos previstos de R$ 826 bilhões até 2027 e empregos no Brasil. É o que adverte a Coalizão Indústria, que reúne 14 entidades, dos setores de transformação, da construção civil e do comércio exterior, responsáveis por 43% do PIB industrial.
Para a Coalizão, as transformações geopolíticas no pós-pandemia e a necessidade de escoar gigantesco excesso de capacidade instalada de produção acentuaram fluxos de produtos vindos desses países, agravando o ataque aos mercados internos. Por isso, a ação contra a concorrência predatória deve ser prioridade máxima do país – caso contrário os segmentos que compõem a Coalizão não terão como manter os investimentos previstos, e empregos serão eliminados.
“ A indústria está sob ataque. Existem mecanismos de que o país pode lançar mão, a exemplo do que já fizeram os países desenvolvidos, para frear, dentro das regras de Comércio Exterior, essa concorrência desleal”, diz Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão Indústria. “No entanto, é necessário que o governo, de forma estratégica, adote urgentemente uma ação tática para responder a esse ataque.
Para a Coalizão, outra fonte de preocupação reside na possibilidade de o Mercosul avançar para um acordo comercial com a China, que vem sendo discutido no próprio âmbito do Mercosul. A avaliação é que é pouco provável que esse acordo avance, dada a atual complexidade do quadro mundial, mas, caso venha a se concretizar, investimentos da ordem de R$ 500 bilhões devem ser suspensos de imediato nos setores representados pelas associações-membros.
“Os investimentos atualmente sob risco são imprescindíveis para o país crescer de forma sustentada e sustentável no longo prazo, promovendo desenvolvimento e inclusão social”, afirma Lopes. “Se a indústria for obrigada a cancelá-los, esses recursos não serão passíveis de reposição por outros segmentos econômicos, setor público ou outros países exportadores”, afirma Lopes.
Fonte: Assessoria