63% dos brasileiros sentem o peso dos gastos com alimentação, aponta pesquisa
Levantamento “Consumidor do Amanhã” mostra que 21% dos brasileiros relatam dificuldades com contas que se tornaram impagáveis, como cartões de crédito e financiamentos
18 de setembro de 2024
O estudo “Consumidor do amanhã 2024”, desenvolvido pela Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado da Gouvêa Ecosystem, revela que o comportamento de consumo dos brasileiros está sendo moldado por uma complexa rede de fatores econômicos, sociais e emocionais, tanto que para 63% dos entrevistados, os gastos com alimentação como os mais pesados em seu orçamento, seguidos por energia elétrica (50%) e água (34%). A pesquisa, que entrevistou 2000 brasileiros de 18 anos ou mais das classes ABCD, destaca as principais preocupações e tendências que impactam o consumo no país.
De acordo com o levantamento, essas pressões econômicas afetam todas as classes sociais, limitando a capacidade de consumo em outras áreas. Nas classes mais altas, os gastos com saúde também têm um impacto significativo no orçamento familiar, com 44% na Classe A e 35% na Classe B, comparado com 33% da média geral.
Outro fator que contribui para a evasão de dinheiro do consumo é o acúmulo de dívidas. Conforme a pesquisa, cerca de 21% dos brasileiros relatam dificuldades com contas que se tornaram impagáveis, como cartões de crédito e financiamentos. Esse cenário está sendo agravado pelo aumento das taxas de juros (18%), o que significa que mais dinheiro está sendo direcionado para o pagamento de parcelas, e menos para o consumo de produtos e serviços.
“O cenário econômico atual tem um peso significativo nas decisões de consumo dos brasileiros. Com a inflação pressionando os preços de itens essenciais, como alimentos e energia, e o aumento das dívidas e taxas de juros, os consumidores estão mais focados em manter o básico. Isso deixa pouco espaço no orçamento para gastos que não sejam estritamente necessários. Mesmo nas classes mais altas, o impacto dos custos com saúde é evidente. O que vemos é uma busca por sobrevivência financeira, onde o consumo de produtos e serviços mais supérfluos fica em segundo plano”, ressalta Karen Cavalcanti, sócia-diretora da Mosaiclab.
Além disso, o levantamento mostra que a inflação também é uma das razões para a evasão do dinheiro destinado ao consumo, com 42% dos brasileiros relatando impacto direto da inflação nas suas finanças. A alta generalizada de preços, sobretudo nos alimentos (38%), energia e moradia, está limitando a renda disponível para outros tipos de compras, como lazer, moda e produtos de conveniência. Segundo o estudo, esse cenário é agravado pelo acúmulo de dívidas, com 21% dos brasileiros relatando dificuldades com contas impagáveis, como cartões de crédito e financiamentos, e pelo aumento das taxas de juros (18%).
Crescimento dos Marketplaces e Aplicativos de Entrega
O levantamento aponta também que os marketplaces e aplicativos de entrega estão se consolidando como os canais de compra mais desejados pelos brasileiros. De acordo com a pesquisa, os aplicativos como iFood e Rappi são utilizados por 43% dos consumidores atualmente, refletindo a necessidade crescente de conveniência e agilidade nas compras. Além disso, 38% dos entrevistados acreditam que esses aplicativos se manterão presentes no futuro, destacando a importância da praticidade e da rapidez na experiência de compra.
Os dados mostram que compras online, aplicativos ou sites de compra multimarcas e sites de marcas chinesas ou orientais estão se consolidando como os canais de compra mais desejados pelos brasileiros, tanto no uso atual quanto na projeção para os próximos cinco anos. Esse crescimento é alimentado pela combinação de preços competitivos, variedade de produtos e uma experiência de compra aprimorada com prazos de entrega mais rápidos e aumento na confiabilidade.
Com relação ao atacarejo, a pesquisa destaque que esse segmento também está se consolidado como uma opção de compra cada vez mais popular entre os brasileiros, com 51% dos consumidores atualmente utilizando esse canal e 40% acreditando que ele estará ainda mais presente nos próximos cinco anos. Esse crescimento está fortemente relacionado ao perfil do smart consumer, que busca maximizar o valor de suas compras sem abrir mão da economia. No atacarejo, o consumidor encontra uma combinação atrativa de preços mais baixos e a possibilidade de comprar em maior quantidade, o que faz desse modelo uma escolha ideal para quem prioriza custo-benefício. Além disso, o atacarejo oferece a conveniência de realizar grandes compras em uma única visita, algo que atende à necessidade de eficiência do smart consumer, que valoriza seu tempo e busca soluções práticas para o dia a dia.
Outros Fatores Impactantes
A insegurança é a principal preocupação dos brasileiros. Segundo o estudo, cerca de 66% dos entrevistados manifestaram o medo de violência e assaltos. A corrupção também é um fator significativo, com 45% dos entrevistados expressando receio sobre o aumento desse problema. Essas preocupações superam outras questões importantes como pobreza e desigualdade social, que agora ocupam o segundo lugar no ranking de preocupações.
O aumento das fraudes financeiras e golpes online também contribui para a evasão de dinheiro destinado ao consumo. O levantamento mostra que cerca de 8% dos brasileiros afirmam ter sido vítimas de estelionato ou clonagem de cartão, o que não só afeta a capacidade imediata de consumo, mas também reduz a confiança dos consumidores em fazer compras online
