Público e renda do cinema brasileiro crescem o dobro em 2024
Até início de setembro, 7,37 milhões foram ao cinema assistir filmes nacionais. Em 2023 inteiro, público foi de 3,72 milhões. Renda até aqui foi duas vezes maior: R$ 141 mi contra R$ 67, 3 milhões
16 de setembro de 2024
O fim ainda não chegou, mas até o início de setembro o cinema brasileiro já havia passado com folga os resultados do ano anterior. Segundo levantamento da Ancine (Agência Nacional do Cinema), 209 filmes nacionais foram assistidos em salas de cinema por 7,37 milhões de pessoas, um pouco menos que o dobro registrado durante 2023 inteiro, quando 3,72 milhões de brasileiros saíram de casa atraídos por uma ou mais entre as 281 produções exibidas no período.
A renda também foi superior, passando do dobro. O total arrecadado nas bilheterias até aqui foi de R$ 141 milhões, mais que os doze meses do ano passado, que acumularam R$ 67,3 milhões. O preço médio dos ingressos, de R$ 18,10 em 2023, este ano está em R$ 19,14.
Os bons resultados ainda não recuperam os estragos produzidos pelo roteiro de horror iniciado em 2019. Um ano antes, 2018, o balanço havia sido bem melhor: 23,2 milhões de bilhetes vendidos e R$ 283 milhões arrecadados. Boa parte dessa bilheteria respondeu a produções que tiveram início em anos anteriores.
Entre bruxos, vampiros e serras elétricas, acompanhados logo após pela pandemia, a performance do cinema brasileiro nas salas de exibição foi caindo. Já em 2019, o cinema nacional perdeu 300 mil espectadores e em 2020, ano de pandemia, iniciada em março, o público diminuiu em mais de 14 milhões de pessoas. Em 2022, último ano do governo anterior, a renda de bilheteria do cinema nacional, na comparação com 2018, caiu 75%.
O ano de 2023 foi de reconstrução. Na retomada, houve espaço para que uma das produções daquele ano superasse a marca de 500 mil espectadores em salas de exibição, considerada uma espécie de marco para a Ancine e o setor de audiovisual brasileiro. “Nosso Sonho”, a cinebiografia da dupla Claudinho e Buchecha, dirigida por Eduardo Leonel Albergaria, levou 505 mil pessoas ao escurinho do cinema. Produzido pela Urca Filmes, teve apoio e patrocínio, entre outros, da Ancine e do Fundo Setorial do Audiovisual, duas ferramentas públicas e estatais de fomento ao cinema nacional.
Em 2024, a caminhada segue mais forte. Até o início de setembro, o filme nacional mais bem colocado na lista de mais assistidos no cinema era “Os Farofeiros 2”, com 1,88 milhão de bilhetes vendidos, ocupando o 11º lugar. Em seguida vinha “Minha Irmã e Eu”, com 1,81. No entanto, o filme estrelado por Tata Werneck e Ingrid Guimarães, por ter feito sua estreia ainda no ano passado, acumularia 2,28 milhões de espectadores, caso as duas temporadas fossem somadas.
Em junho deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, anunciaram R$ 1,6 bilhão de investimentos públicos para impulsionar o setor audiovisual brasileiro – aí incluídas produções para TV e streaming, além de cinema para tela grande. A expectativa é que 2025 seja melhor do que 2024 está sendo até agora.
Fonte: Agência Gov