Algodão Orgânico e Agroecológico do Ingá-PB busca certificação Internacional GOTS
Evento promove sustentabilidade na cadeia produtiva do algodão orgânico e agroecológico e a valorização da produção por meio da certificação GOTS
11 de setembro de 2024
O município de Ingá, no interior da Paraíba, se prepara para sediar, no próximo dia 13 de setembro, a partir das 8h da manhã, o “4º Dia da Colheita do Algodão Orgânico e Agroecológico da Paraíba”. O evento reúne agricultores, pesquisadores, técnicos, empresários do setor têxtil e jornalistas em uma celebração da produção sustentável de algodão orgânico colorido, produzida pela agricultura familiar e comunidades quilombolas da região.
Desde a primeira edição, realizada em 2021, o evento tem marcado a evolução da cultura do algodão orgânico, com foco na sustentabilidade. Este ano, a grande expectativa é a obtenção da certificação internacional GOTS (Global Organic Textile Standard), que auditará o processo produtivo na primeira quinzena de outubro. Esse selo é referência mundial em produtos têxteis orgânicos, com rigorosos critérios ambientais e sociais, consolidando a Paraíba no cenário global.
Retomada histórica e econômica – A produção de algodão orgânico em Ingá resgata uma tradição econômica da Paraíba, que já foi conhecida como a “Liverpool Brasileira” devido à sua importância no comércio global de algodão. O cultivo, interrompido pela praga do bicudo, está sendo revitalizado com foco na sustentabilidade. Em 2021, a cidade celebrou sua primeira colheita de algodão colorido orgânico, dando início a um movimento que agora envolve mais de cem famílias de agricultores.
O aumento da produção tem sido impulsionado pela instalação da primeira Indústria Social de beneficiamento de algodão orgânico do Brasil, em parceria com grandes indústrias têxteis e confecções. A produtividade aumentou significativamente, passando de 225 quilos para 4 toneladas por hora, uma conquista que transformou a agricultura familiar na região.
Evento de celebração e aprendizado – O Dia da Colheita, além de ser uma confraternização entre os diversos atores da cadeia produtiva, também tem um caráter educativo. O evento apresenta estações de cultivo que ensinam técnicas de manejo agroecológico e métodos naturais de combate a pragas, resgatando o ciclo de produção do chamado “Ouro Branco” na Paraíba.
A programação cultural inclui música regional e um desfile de moda em plena plantação de algodão, destacando peças confeccionadas com o algodão orgânico local. Modelos profissionais e da comunidade, incluindo quilombolas e jovens agricultores, desfilarão, destacando a importância da sustentabilidade na moda e celebrando o papel dos agricultores.
Impacto social e econômico – De acordo com a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), a adesão ao cultivo do algodão agroecológico cresceu 400% nos últimos três anos. Hoje, 68 famílias participam do projeto, com rendas que podem ultrapassar R$ 10 mil por safra. Além de garantir soberania alimentar, o algodão é cultivado em consórcio com alimentos como feijão e milho, assegurando a viabilidade econômica e social da produção.
O projeto, que já paga o maior valor por quilo de algodão do Brasil, espera expandir sua área de cultivo com a certificação GOTS, ampliando o acesso a mercados nacionais e internacionais.
