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Foto: Freepik

Primeiro semestre de 2024 tem saldo positivo para o varejo farmacêutico que cresce 5,0%

O crescimento do segundo trimestre foi de 6,1%, demonstrando o impacto positivo dos meses de abril, maio e junho.

4 de setembro de 2024

O primeiro semestre (2024) foi marcado por uma série de acontecimentos impactantes para o varejo como um todo. Seu início foi impactado pelo período pós-festas que diminuiu o movimento no comércio. O Carnaval no início do mês incentivou viagens e contribuiu para a procura de produtos, como: protetores solares, repelentes, bronzeadores, itens de cuidado para a pele em geral, energéticos, preservativos e o conhecido “kit ressaca”, composto por sais de fruta, isotônicos, analgésicos e anti-inflamatórios, revela a Bnex, empresa especializada em Ciência do Consumo.

 

Surtos de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, como: Dengue, Zika vírus e Chikungunya contribuíram para o aumento da busca por analgésicos, antipiréticos e isotônicos. A temporada de queimadas aumentou a demanda por produtos respiratórios, como: inaladores, nebulizadores, descongestionantes e medicamentos para doenças respiratórias, como: asma e bronquite. Enchentes no Rio Grande do Sul afetaram a economia de forma geral, entre outros eventos que tiveram impactos tanto negativos quanto positivos.

 

O varejo farmacêutico cresceu 5,0% em comparação com o primeiro semestre de 2023. O crescimento do segundo trimestre foi de 6,1%, demonstrando o impacto positivo dos meses de abril, maio e junho. Maio foi o mês de maior crescimento nos seis primeiros meses de 2024, com 7,2% de aumento no faturamento em relação ao mesmo mês do ano anterior, muito por conta do aumento no preço médio dos produtos de 5,2%, incentivado pelo reajuste anual dos preços dos medicamentos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) de 4,43%, que entrou em vigor no dia 1º de abril e foi implementado quase que em sua totalidade a partir da segunda semana do mês. Junho ainda apresentou bons números no comparativo mês a mês do ano anterior, devido à chegada das primeiras frentes frias de maior efeito nas temperaturas nas últimas semanas.

 

 

Apesar do reajuste anual da CMED ter sido o menor dos últimos cinco anos, é importante entender o impacto no orçamento familiar das classes de renda menores, que representam a maior parte da população brasileira e acabam procurando por produtos mais baratos, como genéricos e similares, ou por PDVs que conseguem manter os preços abaixo do teto estabelecido. Nesse sentido, é importante destacar o trabalho dos programas de fidelização de clientes, uma vez que, com os aumentos nos preços pesando cada vez mais no bolso, o consumidor irá sempre procurar por mais vantagens, como descontos e facilidades no pagamento. Isso fica cada vez mais claro ao compararmos os números de fidelizados, com um crescimento de 14,6% no faturamento e 5,1% no ticket médio, com os números de não fidelizados, com queda no faturamento de 11,0% e de 1,7% no ticket médio. Cabe ressaltar também que o IFEV apresentou crescimento constante durante todo o ano de 2024, demonstrando que o shopper fica mais propenso a aumentar seu ticket médio quando encontra boas condições.

 

Para o próximo semestre, no começo, a demanda nas farmácias ainda estará relacionada ao inverno durante os meses de julho e começo de agosto, que, junto com temperaturas mais frias, acontecem campanhas de vacinação contra gripe e outras doenças sazonais, aumentando a procura por medicações relacionadas ao tratamento dessas doenças, como MIP-OTC para gripes, resfriados, febre e dor. Agosto foi o mês dos pais, o que pode ser uma oportunidade para venda de perfumaria e dermocosméticos de cuidados masculinos.

 

Outros meses de bastante relevância para o setor farmacêutico são setembro e outubro, por serem boas oportunidades para o lançamento de conteúdo afetivo e de conscientização sobre saúde mental e câncer de mama. No cenário geral, até o início do verão, no fim de setembro, a baixa umidade relativa do ar e as grandes diferenças de temperatura dentro de um mesmo dia deverão prevalecer, o que deverá manter a procura por hidratantes, protetores labiais, produtos e medicamentos para o sistema respiratório, além de suplementos e vitaminas.

Como foi o mês de julho de 2024?

A Bnex revela que julho de 2024 registrou um crescimento de 6,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar do leve aumento na quantidade de itens no carrinho e da estabilização na quantidade de tickets, os indicadores de preço médio e ticket médio foram os principais responsáveis pelo crescimento do faturamento.

 

O inverno de 2024 foi marcado por altas amplitudes térmicas e baixa umidade do ar. O sistema imunológico sofre com essas variações térmicas em curto espaço de tempo, principalmente em pessoas com doenças relacionadas a alergias. Isso impulsionou a procura por antialérgicos, dermocosméticos para peles ressecadas e produtos para tratar gripes e resfriados, que também são problemas comuns durante esse período.

O mês de agosto ainda apresenta características semelhantes às de julho, com problemas relacionados ao clima. A falta de chuvas e o tempo seco favorecem as queimadas, o que agrava as condições do ar e intensifica os problemas respiratórios. A manutenção dos estoques e os benefícios promocionais dos medicamentos para tratamento de doenças respiratórias continuam sendo essenciais para o cenário positivo do setor.

Perfil dos Shoppers

Os clientes de farmácia em sua maioria são mulheres de 30 a 49 anos. A participação das faixas acima de 60 anos mantém o patamar superior a 20%, participação significativa quando comparada à presença desse público na população brasileira.

Censo 2022 com estimativa de 15,83% da faixa acima de 60 anos na população geral, sendo 51,48% mulheres e 48,52% homens.

Foram analisadas 2 milhões de transações de vendas para essa edição.

Fonte: Assessoria