Parcerias com startups ganham tração como estratégia de inovação nas grandes empresas
Segundo Darwin Startups, colaborações vão além do aporte financeiro e são chave para a reinvenção corporativa principalmente em setores altamente competitivos
4 de setembro de 2024
Com a transformação digital acelerando o ritmo do mercado, grandes corporações estão procurando consolidar parcerias com startups como um vetor estratégico de inovação e crescimento sustentável. Mais do que apenas buscar novos produtos ou serviços, essas empresas enxergam nas startups uma forma de se reinventar e de antecipar tendências que possam assegurar sua competitividade a longo prazo, principalmente em setores marcados pela pressão por mudanças constantes. Esse movimento estratégico tem ganhado tração entre gigantes como B3 e Sinqia, que apostam em parcerias com startups para acelerar seus processos de inovação.
Segundo João Marinelli, diretor de Growth da Darwin Startups, uma das principais aceleradoras do Brasil, o startup engagement — conceito que descreve a colaboração ativa entre grandes empresas e startups — não se limita ao aporte de capital, mas se estende à cocriação de soluções e à integração de novas tecnologias no core business das corporações.
“Estamos vendo um número crescente de grandes empresas que utilizam startups como uma forma de testar novas ideias e tecnologias de maneira ágil, sem comprometer suas operações principais”, afirma Marinelli. “Essa experimentação controlada oferece às corporações a oportunidade de inovar com menos risco e mais eficiência”.
Esse movimento, contudo, não está isento de desafios. A integração entre as áreas de inovação e as operações de negócios ainda é um obstáculo para certas empresas. Sem uma governança clara e metas bem definidas, essas parcerias podem perder tração e não entregar os resultados esperados. “A falta de métricas claras do que define sucesso em uma colaboração com startups é um dos principais desafios que temos observado”, comenta Marinelli.
Além de trazer benefícios diretos para as grandes empresas, essa aproximação também fortalece o ecossistema empreendedor como um todo. Startups que conseguem colaborar com grandes empresas não só validam suas soluções em um ambiente corporativo, como também ganham escala e relevância no mercado. “As corporações que conseguem construir essas parcerias de forma eficaz também impulsionam o desenvolvimento econômico ao fomentar a inovação em toda a cadeia produtiva”, pontua.
A aposta das corporações em startups como motor de inovação deve continuar crescendo nos próximos anos, especialmente em setores altamente competitivos e pressionados por mudanças tecnológicas constantes. “A inovação deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade para a sobrevivência. Quem não conseguir inovar, ficará para trás”, conclui Marinelli.