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Foto: Karolina Fabbris Pacheco/AEN

BNDES prevê 1,12 milhão de empregos esse ano via recursos repassados pelo FAT

Para presidente do BNDES, Fundo de Amparo ao Trabalhador é importante na atração de investimento ao país

28 de agosto de 2024

“Estamos prevendo, esse ano 1,5 milhão de empregos, dos quais 1,12 milhão virão diretamente dos recursos que o FAT repassa para o BNDES”, disse o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, na abertura do seminário “Desenvolvimento e Mundo do Trabalho – Desafios para Políticas Públicas”, na segunda-feira, 26, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, ele destacou ainda a importância dos Sindicatos para a preservação e até mesmo da recuperação de direitos trabalhistas. Parceria do BNDES com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Centrais Sindicais (CUT, UGT, FS, CTB, NSCT, CSB) e Fundação Friedrich Ebert (FES), o evento contou com outras autoridades, especialistas e estudiosos, brasileiros e internacionais, para debater os desafios atuais e futuros das relações trabalhistas.

BNDES e FAT

Ao destacar alguns números do BNDES, Mercadante falou sobre a importância do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT) e lembrou que o Banco desempenha papel importante na atração do investimento ao país, por meio, do fortalecimento da indústria, da criação de um grande mercado de um consumo massa e da geração de empregos.

“Agradeço aqui o Conselho do FAT aqui presentes, aos trabalhadores que participam do FAT, que acompanham, defendem e compreendem esse papel. No ano passado geramos aqui no BNDES, com os nossos investimentos, 1,27 milhão de empregos, dos quais 1 milhão vieram diretamente dos recursos que o FAT permite ao BNDES financiar”, afirmou. Para esse ano a previsão dele é a de que, dos 1,5 milhão de empregos gerados, 1,12 milhão sejam via recursos repassados pelo Fundo.

Ele reforçou ainda que o Banco tem compromisso com agenda contemporânea do direito dos trabalhadores. “Queremos estar muito próximos das Centrais Sindicais, para construir um Brasil mais solidário, mais generoso, mais fraterno, com mais BNDES e o Estado sendo parceiro dessa construção”, afirmou.

Na mesma linha, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ressaltou que é necessário estimular uma negociação coletiva fortalecida e valorizada, pois desta forma todos os trabalhadores ganham. O ministro destacou a valorização salarial como ponto fundamental no combate à pobreza, à vulnerabilidade e à precarização das ofertas ao trabalhador brasileiro.

“Alerto às Centrais Sindicais que o momento é de pensar numa política nas negociações e convenções para debate sobre aumento real de salário, em especial nos pisos salariais”, frisou Marinho.

O ministro aproveitou o tema do seminário para adiantar que o CAGED, que será divulgado ainda esta semana, trará resultados bastante positivos. Um dos principais é a geração de empregos nos sete primeiros meses deste ano, em especial na indústria, que já superou 2023 inteiro.

A abertura contou ainda com a participação de Christoph Heuser, representante no Brasil da Fundação Friedrich Ebert, a fundação política mais antiga na Alemanha, vinculada ao movimento sindical no país europeu. Heuser alertou que os desafios que se apresentam para a defesa da democracia e a construção de um mundo melhor, mais justo e mais sustentável não impactam apenas os setores do trabalho, mas a sociedade como um todo.

Inteligência Artificial

Outro tema que ganhou destaque nos debates desta segunda-feira, principalmente no painel “Desafios do novo mundo do trabalho”, foi o crescimento da utilização da Inteligência Artificial (IA) em substituição à mão-de-obra humana. Moderado pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, o painel contou com participações remotas de especialistas de outros países.

Uma delas foi Jeanine Berg, economista sênior do Departamento de Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Suíça, que mostrou que a categoria que está mais ameaçada pela automação do trabalho é a dos profissionais de apoio administrativo, com 82% de exposição ao risco de perder seus empregos – desses, 24% são risco alto e 58% são de médio risco. Para efeito de comparação, a próxima categoria, a dos técnicos, mais ameaçada soma, ao todo, 27% de exposição à perda dos postos de trabalho, dos quais 2% são alto risco e 25%, médio.

Para Thomas Kochan, do MIT Sloan School of Management, dos EUA, a tecnologia só não irá substituir os trabalhadores assalariados se estes conseguirem ter mais voz em todas as fases de desenvolvimento e utilização da IA. “É preciso desenvolver políticas nacionais e padrões trabalhistas internacionais que criem diretrizes para proteger justamente os trabalhadores mais vulneráveis da nossa sociedade”, resumiu ele.

Coordenador do Fórum das Centrais Sindicais do Brasil, Clemente Ganz Lucio reforçou mais uma vez o papel dos Sindicatos como representante legítimo e mais adequado para os trabalhadores: “É a única organização capaz de realizar acordo com poder de Lei para um coletivo de profissionais”, disse.

Fonte: BNDES