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Foto: Freepik

Por Novos Futuros – Diversidade: a fonte imperceptível de produtividade

Renata Câmara explora a importância da sustentabilidade e da diversidade nas empresas, destacando como esses fatores impactam a adaptabilidade e a inovação no ambiente de negócios

27 de agosto de 2024

Nos últimos anos, além das oscilações próprias do mercado, foram os extremos climáticos que começaram a assustar realmente os negócios; a imprevisibilidade dos fenômenos da natureza demonstra cada vez mais que sem mecanismos de convivência razoáveis com o meio ambiente, pessoas e empresas vão sofrer impactos cada vez mais maiores.

Mas não é só o pilar ambiental que tem balançado a estrutura dos negócios. Outro tema que não sai mais do radar das empresas é a diversidade. E por que será? Não é indiscutível que somos um dos países mais miscigenados do mundo? Que temos um povo criativo, que une culturas e costumes de diversas matizes que tornam o Brasil uma nação multifacetada?

Ninguém em sã consciência duvida disso. A questão é que nos acostumamos a realçar e admirar nosso lado multicultural e multirracial apenas valorizando nossas festas populares mais tradicionais, como o carnaval, folclores diversos, rituais, gastronomia e manifestações artísticas, sem nos dar conta do quanto nas nossas relações afetivas e de trabalho não estamos tão multifacetados assim.

Vou fazer um pequeno exercício de olhar cotidiano: quando você vê o carro do lixo circular na rua do seu bairro, percebe que entre os trabalhadores há uma predominância da raça negra? Mas quando você volta seu olhar para dentro da empresa que você trabalha, essa predominância se mantém ou muda?

Falar sobre diversidade nas empresas ainda incomoda muita gente, porque exige dar alguns passos atrás para reconhecer que não estamos falando apenas de raça, mas também de diferentes gerações, gêneros, de inclusão de pessoas com necessidades especiais, de neurodivergentes, enfim, de gente como a gente mas que no fundo a gente esquece disso.

Falar de diversidade não é falar de filantropia ou apenas de responsabilidade social corporativa, como bem aponta a filósofa e pesquisadora da USP, Djamilla Ribeiro. É reconhecer que a representatividade nos negócios deve espelhar a própria sociedade e que as experiências e conhecimentos de todos potencializam a busca de soluções para os problemas cotidianos e das empresas.

As transformações que a sociedade está passando vão exigir esforços cada vez mais coletivos para que de fato a sociedade supere o fosso das desigualdades sociais e evolua. Com a velocidade que as tecnologias transmutam nossos hábitos e nossas relações de trabalho, as empresas terão que ser protagonistas no processo de adaptação às mudanças, sabendo que, de fato, as pessoas é que fazem as verdadeiras mudanças, não são as máquinas, nem as paredes, nem qualquer artefato novo que a tecnologia nos apresente daqui a pouco como a mais revolucionária de todos os tempos.

O próprio equilíbrio emocional nos ambientes de trabalho também depende da diversidade como fator de soma de saberes e resiliências humanas. Cada um de nós, tenha a idade, raça ou a particularidade que tiver, tem sua história, sua jornada e seu potencial. Conviver com as diferenças e valorizar aquilo de único que cada ser humano tem será cada vez mais um diferencial competitivo das empresas que queiram se conectar com clientes também diversos e únicos.

Sobre Renata Câmara

Graduada em Comunicação Social, com MBA em Marketing (FGV) e Mestrado Profissional em Jornalismo (UFPB). Pós-graduanda em Desenvolvimento Sustentável e Economia Circular (PUC/RS). Atualmente, é analista de Educação Empreendedora no Sebrae Paraíba.

 

Fonte: Renata Câmara