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retinta
Foto: Divulgação

Mostra “retinta”, de Renata Cabral, pode ser conferida até 26 de agosto, no espaço Cantarelli, em JP

Nova exposição mescla uma perspectiva decolonial com vivências autobiográficas e apaixonada da artista

29 de julho de 2024

Beleza, força, sexualidade e resiliência feminina. Esta é a base da mostra “retinta”, da artista paraibana Renata Cabral, que fica até o dia 26 de agosto no Cantarelli, espaço que une as experiências artística e gastronômica, localizado no bairro Cabo Branco, em João Pessoa. São 11 painéis que desconstroem os conceitos clássicos de beleza, partindo inicialmente de uma representação à brasileira de personagens da mitologia grega, chega à uma narrativa íntima e apaixonada que abraca a religiosidade africana.

Seu olhar único e autêntico, comunicam a coragem de uma artista que, com intensidade, deleita-se nas próprias memórias dando um sentido intencional às suas vivências, sem receio de ser vulnerável. Seu traço expressionista cheio de movimento e suas cores vibrantes estão presentes nas obras, fugindo dos rótulos acadêmicos e diferente de tudo que já criou artisticamente. “A exposição ‘retinta’, assim mesmo, com a letra inicial minúscula, desconstruindo os conceitos da gramática e construindo uma nova Renata, onde a liberdade a deixa distante da perfeição artística. Uma verdadeira ebulição de sentimentos doma seus sentidos, colocando-a frente a frente com suas versões inexploradas”, comenta a curadora Amanda Costa.

Renata Cabral conta que sua nova exposição gira em torno da paixão. “A intensidade desse forte sentimento fica evidenciada no tempo que despendi para produzir esses 11 grandes painéis: apenas 26 dias! Essas obras, despretensiosas e espontâneas, eternizaram um encontro que, apesar de ter durado apenas uma noite, permaneceu estimulante e iluminou toda a minha produção artística, como um filho gerado em um único momento. Como é possível alguém não ter experimentado, ao menos uma vez na vida, uma paixão assim?”, brinca Renata.

A paixão, de fato, imprime sua fase “neokahliana”, uma referência a Frida Kahlo, pela natureza apaixonada e autobiográfica da exibição. “Quais os sintomas da paixão? Estamos apaixonados? Queremos estar? As obras de Renata Cabral nos levam a esses questionamentos de forma despretensiosa e leve. Esse é o momento de reviver e se conectar com essas sensações pulsantes que faz cada respiração valer à pena”, completa Amanda.

A tela que abre a série, intitulada “A nova Helena de Troia”, propõe a representação da mulher bela pela própria natureza, distante dos padrões “clássicos” herdados com a colonização. Na pintura, a própria Helena, mulher mais linda da narrativa homérica, é retratada com traços negros, fortes, retinta. Essa autodescoberta de uma beleza decolonial se desdobra em paralelo com o enredo da exposição, onde as obras de arte ficam dispostas por quatro ambientes do local da exposição, evidenciando para os espectadores a expectativa, o encontro, a saudade e a espera. Ainda compõem a exibição as obras: “Eros e Psique”, “Como um mutante”, “Dois animais ou futuros amantes”, “Banquete ou Pés descalços”, “Saudade danada”, “Céu de quadros”, “Quero beijos sem tréguas”, “Seu nome na encruzilhada”, “Oferenda” e “Sempre ou O último pretexto antes de um novo”.

Fonte: Vivass Comunicação