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Ritmo de corte de juros do BCE deve pressionar o Euro aponta análise da Hedgepoint

Banco Central Europeu deverá reduzir as taxas de juros em 25 pontos-base em sua próxima reunião, em 6 de junho

4 de junho de 2024

O Banco Central Europeu deverá reduzir as taxas de juros em 25 pontos-base em sua próxima reunião, em 6 de junho. Segundo o relatório da Hedgepoint Global Markets,  é provável que o foco da coletiva de imprensa seja o que acontecerá nos próximos meses e aborda as consequências do ritmo de cortes.

“É improvável que a Presidente Christine Lagarde sinalize explicitamente outro movimento em julho, mas ela pode dar um leve aceno para mais ações em setembro. Os mercados financeiros precificaram totalmente uma redução em junho e mais uma antes do final do ano”, diz Alef Dias, analista de Macroeconomia e Grãos da Hedgepoint,

Foco do mercado agora está na quantidade de cortes em 2024

Os membros do Conselho do BCE não deixaram muitas surpresas para junho – até mesmo os “falcões” indicaram que é muito provável que haja um corte.  “O debate passou para julho e não acreditamos que Lagarde tomará partido publicamente tão cedo. Lagarde provavelmente apresentará um quadro de pressões sobre os preços sendo reduzidas pela desaceleração do crescimento dos salários e dos lucros. É provável que ela minimize a aceleração do crescimento dos salários negociados no 1T24 mostrada pela série temporal oficial do BCE”, acredita.

 

O cenário de curto prazo continua positivo para a economia da UE

A inflação está desacelerando, elevando a renda real, e os PMIs estão aumentando sem pressionar os salários – portanto, é provável que o crescimento do PIB permaneça acelerando no 2T24. Isso permitirá que o Banco Central Europeu comece a reduzir as taxas de juros em junho e deverá permitir que o Conselho do BCE continue a cortar os juros no segundo semestre do ano.
“Com relação ao PMI composto, a leitura principal subiu para 52,3 em maio, de 51,7 em abril, superando a previsão mediana dos economistas pesquisados pela Bloomberg News de um aumento para 52,0. A média de 52,0 nos dois últimos períodos pesquisados está acima da média de 49,2 de janeiro a março. Isso sugere que o crescimento do PIB está se acelerando no 2T24 e é consistente com a expansão de 0,2% da economia nesse trimestre”, ressalta o analista.

 

O ritmo da inflação diminuiu em maio e foi o mais fraco desde novembro de 2023. Um aumento mais lento nos preços de serviços foi parcialmente compensado por uma redução mais fraca nos preços de venda do setor industrial.

 

“Esperamos que a inflação medida pelo IHPC desacelere para 2,4% no 2T24, de 2,6% no 1T24, e acreditamos que ela ficará abaixo da meta do BCE de 2% neste verão europeu”, pontua.

 

 

O PIB da zona do euro cresceu 0,3% no 1T24. A queda da inflação deve continuar a reduzir a pressão sobre a renda real das famílias, apoiando os gastos dos consumidores.

 

“E, conforme o BCE reduz as taxas de juros, isso deve elevar o sentimento e o investimento. Esperamos que o crescimento do PIB se expanda em 0,2% no 2T24 e continue a ganhar impulso até o fim do ano. Os economistas da equipe do BCE preveem o mesmo resultado para este trimestre”, observa.

 

“A desaceleração da inflação deve permitir que o BCE aja com cautela. Esperamos que a autoridade monetária europeia faça mais 3 cortes de juros depois de julho”, destaca.

 

Em conclusão, as perspectivas de curto prazo continuam muito positivas para a economia da UE. A inflação está desacelerando, aumentando a renda real, e os PMIs estão subindo sem pressionar os salários – portanto, é provável que o crescimento do PIB continue a se acelerar no 2T24. Isso permitirá que o Banco Central Europeu comece a reduzir as taxas de juros em junho e deverá permitir que o Conselho do BCE continue reduzindo as taxas de juros no segundo semestre do ano.

 

Apesar da melhora da inflação e da atividade econômica na Europa nos últimos meses, o ritmo mais rápido de cortes nas taxas de juros do BCE em comparação com o do Fed provavelmente aumentará os diferenciais de rendimento e enfraquecerá o euro.

 

“A diferença cada vez maior entre os rendimentos está alinhada com as expectativas de políticas monetárias divergentes nos EUA e na zona do euro. As previsões de consenso indicam que o Fed reduzirá as taxas em 50 pontos-base até o final de 2024, enquanto o BCE deverá cortar sua taxa de depósito em 85 pontos-base”, conclui.

 

Acesse o relatório completo clicando aqui.

Fonte: Assessoria