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Foto: Freepik

Inadimplência cresce e atinge 68,76 milhões de consumidores, aponta CNDL/SPC Brasil

Em comparação com o mesmo período de 2023, indicador apresentou crescimento de 2,84%

16 de maio de 2024

O número de inadimplentes no país teve mais um aumento em abril de 2024, em comparação com abril de 2023 e atinge 68,76 milhões de brasileiros. O Indicador realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,82%) estavam negativados em abril de 2024. Na comparação com o mesmo período de 2023, o indicador apresentou crescimento de 2,84%.

A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em abril deste ano ficou acima da observada no mês anterior. Na passagem de março para abril de 2024, o número de devedores cresceu 0,40%.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES

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“O crescimento de inadimplentes no país chama atenção. Além das dificuldades provenientes dos juros ainda altos e da inflação acima do centro da meta, nos últimos meses tivemos no país um aumento no número de pessoas que retornaram ao mercado de trabalho e com isso voltaram a ter acesso a crédito. Por isso, fazemos um alerta aos consumidores para que tenham cautela com os gastos e priorizem o pagamento das contas em atraso. A inadimplência traz grandes prejuízos às pessoas, às empresas e à economia do país”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

 

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR TEMPO DE ATRASO

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O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos (17,38%).

O número de devedores com participação mais expressiva em março está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,60%). De acordo com a estimativa, são 16,90 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, quase metade (49,68%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,14% mulheres e 48,86% homens.

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO

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ESTIMATIVA DE INADIMPLENTES POR FAIXA ETÁRIA

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CADA NEGATIVADO DEVE, EM MÉDIA, R$ 4.392,20. MAIOR PARTE DAS DÍVIDAS SÃO COM BANCOS

Em abril de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.392,20 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,10 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.

 

NÚMERO DE PESSOAS INADIMPLENTES POR VALOR TOTAL DAS DÍVIDAS

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Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (31,03%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 45,07% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Em abril de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 5,24% em relação ao mesmo período de 2023. O dado observado em abril deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de março para abril, o número de dívidas apresentou alta de 0,52%.

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO

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Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 6,90%, seguido de Água e Luz (6,88%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (‐9,57%) e Comércio (‐2,59%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.

“O número de inadimplentes em abril de 2024 é o maior da série histórica do SPC Brasil. Isso liga um alerta, uma vez que mudar este cenário leva tempo. Um maior acesso ao crédito aliado a uma crescente cultura consumista – perceptível no grande número de publicidade nas redes sociais e na rápida proliferação de jogos online – pode levar a gastos sem controle. A situação necessita tanto de conscientização dos consumidores quanto de ações do poder público”, aponta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.

 

NÚMERO DE DÍVIDAS EM ATRASO POR SETOR CREDOR

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Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 64,77% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (11,24%), o setor de Comércio com 10,70% e outros com 7,34% do total de dívidas.

Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Sudeste (5,59%), seguida pelo Centro‐Oeste (5,51%), Nordeste (4,67%), Norte (3,13%) e Sul (1,39%).

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Em termos regionais, o maior percentual de inadimplentes está na região Norte, onde 45,56% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 38,16% da população adulta.

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Para todos os indicadores, considera-se que uma dívida é a relação de um credor com um devedor, mesmo que esse credor tenha incluído vários registros desse devedor junto ao SPC Brasil. Ou seja, mesmo que um devedor tenha quatro registros de um mesmo credor, assume-se que esse consumidor tem apenas uma dívida.

Sobre a CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.

SPC Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para a sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

Fonte: CNDL