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Foto: Divulgação

Ex-presidente do CRC-PB fala de elevada reprovação no exame de suficiência do CFC

Exame é uma avaliação semestral obrigatória para estudantes de Ciências Contábeis e Contabilidade que desejam obter a licença para exercer a profissão de contador

24 de abril de 2024

O Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma avaliação semestral obrigatória para estudantes de Ciências Contábeis e Contabilidade que desejam obter a licença para exercer a profissão de contador. Prova ou exame, há controvérsias sobre constitucionalidade, elaboração e modo de aplicação do CFC. E os questionamentos aumentam quando, por exemplo, ocorre à distância (online) e quando o índice de reprovação se aproxima de 100%. Os prejuízos são generalizados para os indivíduos formados que veem suas carreiras profissionais estagnadas e passam a ser subaproveitados no mercado de trabalho, para os Conselhos Regionais de Contabilidade, que perdem receita pelos milhares de registros que deixam de ser feitos, para o Conselho Federal e também para a sociedade.

Nesse contexto e para contribuir na reversão ou minimização do extravagante índice de reprovação, o ex-auditor do TCE-PB, ex-presidente do CRC-PB perito e professor Elinaldo Barbosa fez alertas e uma análise crítica sobre os desafios enfrentados pelos recém graduados no curso ao se depararem com o exame. A informação foi concedida durante entrevista concedida ao jornalista Cândido Nóbrega.

O exame do CFC desafia os candidatos com 50 questões objetivas (de múltipla escolha) e um mínimo de acerto de 50%, ou seja, 25 questões. Ainda assim, no primeiro exame do ano passado, por exemplo, o índice de reprovação chegou a 83%. De 48.994 bacharéis em ciências contábeis inscritos, apenas 6.743 candidatos foram aprovados na avaliação realizada na ocasião.

Para Elinaldo Barbosa, isso tem gerado profundos questionamentos sobre a eficácia da formação acadêmica oferecida pelas instituições de ensino e a adequação dos conteúdos testados no exame às reais demandas do mercado de trabalho, sobretudo após a – no mínimo, inusitada – aplicação do exame pela empresa Consulplan no modo EAD durante a pandemia da covid-19.

A prova para este ano está agendada para o próximo dia 30 de junho, das 10h às 14h (horário oficial de Brasília) e será elaborada e aplicada pela Fundação Getúlio Vargas.

Elinaldo sinalizou um descompasso entre o currículo acadêmico e as competências exigidas pelo referido exame, uma lacuna que contribui significativamente para o alto índice de reprovação. “Não há uma coordenação entre o que é exigido na prova e o que é apresentado na grade curricular das universidades” afirmou Barbosa e destacou a necessidade urgente de revisão e atualização das grades curriculares para melhor alinhar a formação dos contadores às expectativas do mercado e às demandas do exame.

Mudança curricular

Segundo ele, a recente atualização da grade curricular do curso de ciências contábeis, promovida pelo MEC, é um reflexo dos esforços para ajustar essa desconexão. A iniciativa visa elevar a qualidade do ensino e preparar os futuros profissionais de contabilidade para superarem os desafios do exame de suficiência com maior eficácia.

Fonte: Assessoria