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Foto: Gilberto Sousa/CNI

Exportações de bens de capital foram recorde em 2023 com US$18,2 bilhões

Já as vendas para o exterior da indústria de transformação tiveram o segundo melhor resultado, de acordo com pesquisa da CNI

11 de abril de 2024

As exportações de bens de capital alcançaram valor recorde em 2023. Foram US$ 18,2 bilhões, o que representou um aumento de 18,3% em relação ao ano anterior. No período, houve alta de 7% nos preços dos produtos e de 4,3% na quantidade exportada.

Os dados são da Nota Econômica nº 32, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento aponta ainda que as exportações da indústria de transformação registraram o segundo maior valor desde o início da série histórica do monitoramento, em 2001. Apesar do resultado positivo, houve queda da participação do setor produtivo no total das exportações brasileiras e foi identificada a necessidade de o Brasil diversificar sua pauta exportadora.

No ano passado, nove setores da indústria de transformação exportaram bens de capital. Contribuíram para o resultado positivo, principalmente, bens do setor de Máquinas e equipamentos e de Outros equipamentos de transporte, com influência de 45,8% e 33,1%. Os bens de capital são aqueles usados como meio de produção de bens de consumo. Ele não é diretamente incorporado no produto final, mas é usado durante o processo de produção. Esses bens podem ser máquinas usadas em processos manufatureiros, máquinas agrícolas, elétricas, de mineração e construção, além dos relacionados à tecnologia da informação e comunicação, como computadores e servidores.

Exportações da indústria de transformação têm segundo melhor resultado desde 2001

Foram vendidos para fora do Brasil US$ 177,1 bilhões da indústria de transformação em 2023, valor que só fica atrás do alcançado em 2022, quando o país exportou US$ 181,4 bilhões em preços correntes. A indústria de transformação faz a transformação de matéria-prima no produto final ou intermediário, que em seguida será modificado por outra indústria de transformação. Ou seja, essa indústria movimenta a economia.

As exportações dessa categoria mantiveram patamar alto em 2023 mesmo com a redução do valor total exportado na comparação com o ano anterior. Esse resultado foi parcialmente motivado pela acomodação inicial dos choques externos causados pela pandemia de Covid-19 e do conflito na Ucrânia, que levaram ao forte aumento nos preços dos produtos exportados e impulsionaram o recorde registrado em 2022. O resultado do setor no ano passado pode ser relacionado também à desaceleração da economia mundial e à redução de 1,7% na demanda interna por esses bens.

Gráfico balança comercial da indústria de transformação

O desempenho recorde não reverteu a tendência de queda na participação da indústria de transformação na pauta exportadora, que voltou a diminuir em 2023, com redução de 54,3% para 52,2% em relação a 2022. Isso porque a composição das exportações brasileiras segue em processo de comoditização, quando cresce regularmente a concentração de bens primários na pauta exportadora.

Gráfico exportações de bens por setor produtivo

Para a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, embora o valor registrado de exportações da indústria seja importante, a presença do setor produtivo nas exportações ainda é um desafio que tem de ser enfrentado. Exportar bens de maior complexidade traz melhores resultados para a economia.

 

América Latina lidera importação de bens da indústria de transformação de maior valor agregado

As exportações brasileiras para países da América Latina, incluindo o bloco Mercosul, de bens de consumo duráveis e de capital somaram US$ 12,2 bilhões, representando mais da metade da pauta exportadora (50,9%) em 2023. A América Latina, os Estados Unidos e a União Europeia, em conjunto, responderam por 82,3% das exportações da indústria de transformação brasileiras desses bens de consumo.

Considerando as exportações da indústria de transformação de bens de consumo duráveis e de capital, os Estados Unidos continuam como principal destino das vendas externas desses bens, com US$ 5,9 bilhões em 2023, enquanto o Mercosul passou a ocupar a segunda posição ao ultrapassar a União Europeia. No recorte por valor agregado, as vendas externas para o bloco sul-americano somaram US$ 4,5 bilhões no ano passado. No mesmo período, as exportações dos bens para a China foram de apenas somente US$ 386,7 milhões.

A diversificação das exportações de bens da indústria de transformação por destinos, especialmente de bens de consumo duráveis e bens de capital, também é importante para reduzir a vulnerabilidade do fluxo comercial a impactos externos

Mapa Estratégico da Indústria aponta prioridades para aumentar competitividade no comércio internacional

Fortalecer a competitividade da indústria no comércio internacional passa pela implementação do Mapa Estratégico da Indústria, que destaca fatores-chaves e temas prioritários para o desenvolvimento e crescimento do setor. No fator-chave de comércio e integração internacional, são listadas prioridades relacionadas à agenda de aumento da competitividade do comércio exterior brasileiro, à eliminação de barreiras comerciais, à celebração de acordos internacionais e às condições de comércio justo.

Fonte: CNI