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Foto: Divulgação

Portugal atrai mão-de-obra brasileira para vagas em gestão de SPA, marketing e administração

Brasileiros são muito requisitados e valorizados nas áreas de saúde, bem-estar e estética; escolas oferecem cursos profissionalizantes certificados que permitem trabalhar legalmente em terras lusas ou em 26 outros países da União Europeia

28 de março de 2024

Portugal continua atraindo brasileiros para seu mercado de trabalho. E não é por acaso: mão de obra estrangeira é fundamental para a economia portuguesa. Em 2022, os imigrantes contribuíram com 1,87 bilhões de euros para a Segurança Social e receberam, de volta, 257 milhões de euros em benefícios sociais. O valor das contribuições é, portanto, sete vezes superior ao das prestações que tiveram do Estado luso, trazendo vantagens aos cidadãos portugueses. Para atuar em terras lusas, escolas profissionalizantes do país-irmão oferecem aos candidatos à imigração cursos técnicos certificados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), vinculada ao Ministério do Trabalho.

“Fazer um curso de capacitação profissional certificado pela DGERT é uma das melhores e mais práticas formas de atuar legalmente no mercado de trabalho de Portugal. Pela lei portuguesa, todos os alunos que se matricularem em cursos com duração de um ano ou mais têm direito a vistos de residência que permitem trabalhar em território luso e, de quebra, em outros 26 países que integram a União Europeia (UE). Há interconexão entre as escolas e as empresas que oferecem vagas e que reconhecem a eficácia dos cursos certificados. Temos mais de 500 parceiros nas diferentes áreas de formação, que demandam por mão de obra qualificada”, afirma Renata Maida Freire, diretora da Academia eFuturo no Brasil, uma das escolas portuguesas que oferecem esses cursos aos brasileiros.

Atualmente, o curso mais procurado da eFuturo por pessoas no Brasil é o de Assistente de Marketing e Administrativo-Financeiro com Software de Gestão. “Pode parecer estranho que haja necessidade de um curso assim para um brasileiro que queira atuar nessa função em Portugal, tendo em vista o idioma em comum e o legado cultural que temos. Mas há peculiaridades, por exemplo, no sistema tributário luso que não há no Brasil, entre outras distinções que vão muito além das diferenças de palavras e seus significados em cada um dos países. Por isso, este curso é mais que recomendado, é essencial para aqueles que já trabalham nessa área no Brasil ou mesmo que queiram fazer transição de carreira para ela e ingressar no mercado de trabalho português com mais competitividade, assertividade e segurança”, explica Renata.

O curso de Assistente de Marketing e Administrativo-Financeiro é dividido em 12 módulos de parte teórica na plataforma online e de 80 horas de aulas práticas. A grade curricular inclui marketing digital, com a criação de website, registo de domínio, gestão de redes sociais (Facebook e Instagram); a prática financeira, com aprendizado de um software de gestão (chamado Vendus) e de emissão de documentos fiscais em Portugal; e a prática administrativa, com recursos indispensáveis do Excel e do Word. Ao concluir o curso, o formando tem a opção de fazer um estágio presencial em terras lusas. Vale ressaltar que na parte teórica da plataforma, há também conteúdo de recursos humanos (RH), bem como componentes e tipos de contratos de trabalho em Portugal, bastante diferenciados dos existentes no Brasil.

Assim como o curso de Assistente de Marketing e Administrativo-Financeiro, um outro muito demandado por brasileiros é o de Gestão de SPA. “Assim como estes dois cursos, todos os mais de 20 disponibilizados atualmente pela eFuturo são os que, de fato, precisam de mão de obra neste momento no mercado de trabalho português. No sistema de formação profissional português, quando não há mais demanda os cursos deixam de existir ou somente voltam a ser oferecidos quando houver nova necessidade na economia”, observa a diretora. Por isso, segundo ela, como existem para atender demandas pontuais, os cursos profissionalizantes certificados têm, em média, 80% de empregabilidade.

Nos oito módulos do curso de Gestão de SPA, estudantes têm acesso a disciplinas como história e conceitos de SPA, serviços e criação de menu de serviços e escolha de produtos, gestões de estoque, compras, RH, operacional, financeira e marketing, além de atendimento e vendas, todas com foco em SPA. “Brasileiros são muito requisitados e valorizados nas áreas de saúde, bem-estar e estética. Eles estão presentes seja em SPAs de navios transatlânticos de cruzeiros ou de hotéis e resorts cinco estrelas, como também em clínicas de beleza, salões de cabeleireiros e barbeiros. Um dos nossos diferenciais, é claro, é o profissionalismo com que brasileiros costumam atuar, que inclui alto padrão de qualidade no serviço, e também a simpatia e o carisma que os portugueses tradicionalmente nos atribuem”, diz Renata.

Visto de estudo e estágio em Portugal – A idade mínima do candidato aos cursos é 18 anos. Não há exigência de escolaridade, mas sugere-se ao menos o Ensino Fundamental, equivalente ao 9º ano luso. Após a conclusão da parte teórica, que pode ser feita do Brasil enquanto a documentação para a mudança para Portugal é organizada, pode-se fazer um estágio presencial não obrigatório em empresas conveniadas à eFuturo, em território português.

As pessoas que concluíram o curso de Assistente de Marketing e Administrativo-Financeiro com Software de Gestão e com experiência nestas áreas, no entanto, podem submeter o currículo diretamente às empresas em Portugal, sem necessidade de fazer o estágio. “Vale muito a pena fazer o curso para ter maiores chances nas candidaturas, pois de antemão os formandos têm a vantagem de saber como funciona o dia a dia de um escritório ou uma agência em Portugal. Outro benefício é que este curso permite iniciar um negócio próprio de marketing digital, seja como principal renda ou como renda complementar, até que se possa fazer uma transição completa de carreira”, observa Renata.

De acordo com a diretora, os estudantes recebem uma tabela de horários com diferentes possibilidades de aulas práticas e de estágio no período matutino, vespertino ou noturno, adequando-se às necessidades pessoais e facilitando em especial a vida daqueles que já trabalham. “Além de um futuro contrato de trabalho, o estágio incentiva o networking, abrindo chances para outras oportunidades. Em Portugal, porém, o estágio não costuma ser remunerado. Por isso, recomendo que o estudante conte com uma poupança para se garantir até a formatura ou mesmo até que se encontre emprego”, pontua ela.

Ao pedir o visto de estudo, é preciso que o requerente esteja atento à duração do curso escolhido, pois não deve ser menor que 12 meses, o prazo mínimo para se ter o visto de estudante, que permite residência e trabalho. Thiago Soares, advogado brasileiro com registro na Ordem dos Advogados Portugueses (OAP), explica que para obter o visto de estudo, basicamente é necessário ter em conta bancária recursos financeiros para comprovar a subsistência seguindo as regras da Portaria 1563/2007, não possuir antecedentes criminais, ter um curso contratado com carta e aceite ou declaração de matrícula, passaporte válido com validade superior a duração da residência pretendida e uma previsão de alojamento e seguro-viagem.

Segundo o advogado, brasileiros que concluíram cursos profissionais certificados também podem requerer um visto de acompanhamento familiar, agregando seus filhos e cônjuge desde que cumpram com os pré-requisitos da Portaria 1563/2007 para comprovação de meios de subsistência, o que atualmente um visto de procura de trabalho não permite. Importante frisar que as escolas profissionalizantes portuguesas certificadas pela DGERT não se responsabilizam por vistos, fornecendo apenas a prova de matrícula dos alunos que querem estudar em Portugal. E se o interessado tiver dupla cidadania, brasileira e de algum país da UE, nem é necessário pedido de visto para morar em Portugal.

Fonte: Assessoria