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Foto: Freepik

Câncer colorretal está relacionado a hábitos alimentares e cresce entre pessoas com menos de 50 anos

Neste Março Azul Marinho, oncologista alerta para importância do rastreamento da doença que atinge 400 paraibanos por ano

28 de março de 2024

Você é o que você come. A frase, defendida por profissionais da saúde e que passa desatenta por muitas pessoas, faz sentido quando o assunto é o câncer de cólon e reto, também conhecido como colorretal. Para a oncologista Carolina Zitzlaff, do Real Hospital Português, esse tipo de tumor maligno está relacionado a várias questões, como doenças inflamatórias intestinais e hereditariedade, mas são as dietas ricas em carne vermelha, o consumo excessivo de embutidos (linguiça, salsicha, salame e peito de peru, entre outros) e o sedentarismo os principais fatores de risco modificáveis. Frequente em idosos, a cada ano a doença vem crescendo entre adultos com menos de 50 anos. Esse é o caso das cantoras Preta Gil, diagnosticada aos 48 anos e Simony, aos 46.

O câncer colorretal se desenvolve no intestino grosso, mais precisamente no cólon ou em sua porção final, o reto. Os principais sintomas são mudanças no hábito intestinal – a pessoa passar a ir ao banheiro com intervalos maiores – dor abdominal, fezes endurecidas, sangramento, que pode ser discreto, e a perda de peso mesmo sem dieta ou exercícios. Pode ser rastreado e diagnosticado precocemente.

No rastreamento é possível identificar anormalidades sugestivas do câncer, em pessoas sem sintomas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o rastreamento a partir dos 50 anos, por meio do exame de sangue oculto nas fezes. Caso o teste seja positivo, a pessoa deve fazer uma colonoscopia, que permite visualizar se há pólipos que possam vir a se transformar em câncer, ou o câncer já instalado. “Não sendo encontrado nada na colonoscopia, a pessoa só deve repetir o exame após dez anos. Achando pólipos, ela deve ser repetida em um a três anos, dependendo das suas características. Nem todos que têm pólipos terão câncer”, explica Zitzlaff.

No mês da campanha Março Azul Marinho, que visa conscientizar a população sobre o câncer colorretal, a médica alerta que o número de casos também vem aumentando entre pessoas com menos de 40 anos sem histórico familiar desse tipo de câncer, de acordo com estudos científicos e com o que tem visto nos atendimentos. “É muito importante que as pessoas estejam atentas ao seu estilo de vida e ao rastreamento da doença. Consumam mais alimentos saudáveis e pratiquem atividade física. Percebendo alguns dos sintomas procurem ajuda médica.”

O tratamento do câncer colorretal, o segundo tipo de câncer que mais mata no mundo e o segundo mais frequente no Brasil, depende da extensão da doença e da localização do tumor. As alternativas são cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o diagnóstico de 45.630 em 2024. A Paraíba tem aproximadamente 400 novos casos por ano.

Fonte: Assessoria