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Foto: Freepik

Engenharia pode sofrer com déficit de profissionais qualificados no futuro próximo

De acordo com relatório do CREA, áreas de mecânica, agronômica e elétrica são aquelas com maior redução; para especialistas, parcerias entre instituições de ensino superior e o mercado são a peça-chave para desenvolver trabalhadores de alto nível

27 de março de 2024

Em um mundo cada vez mais focado em inovação e desenvolvimento tecnológico, a contribuição de engenheiros é fundamental para o progresso de um país, mas nem todas as áreas têm conseguido contar com a quantidade necessária de profissionais qualificados. O relatório “O Futuro das Engenharias no Brasil”, divulgado em 2023 pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) aponta que haverá um déficit de profissionais nos próximos anos.
“Atualmente, a pirâmide demográfica dos associados ao Sistema Confea pode sinalizar para problemas no futuro. Apesar de haver prevalência de profissionais entre 25 e 44 anos, observa-se que, dentro dessa faixa, existe concentração de profissionais de 30 a 39 anos, sem equivalente reposição na base”, mostra um trecho. Os campos com maior déficit de profissionais são engenharia elétrica, com redução de 29,77% nos últimos cinco anos, agronômica com menos 22,35% e mecânica, com diminuição de 14,93% no mesmo período.

Gráfico divulgado no relatório “O Futuro das Engenharias no Brasil” de 2023 (CREA)

“Muitos alunos migraram para as engenharias mais conectadas ao desenvolvimento de tecnologias da informação, mas, apesar da importância de desenvolvermos profissionais desta área, também é preciso reforçar que sem engenheiros qualificados em outras áreas de conhecimento, vários setores não terão profissionais em quantidade suficiente para atender as demandas do mercado em um futuro próximo”, avalia, Fabiano Marques, reitor do Centro Universitário Facens, referência nacional em metodologias inovadoras de educação nas áreas de arquitetura, engenharia, saúde e tecnologia.
Segundo ele, “por exemplo, com a retomada da industrialização haverá uma alta procura por engenheiros mecânicos. Já no setor de engenharia elétrica, há uma crescente demanda por especialistas em energias renováveis, enquanto na engenharia agronômica, a integração de tecnologias para otimizar a produção agrícola é um campo em ascensão”. O reitor diz ainda que “isso ressalta a necessidade de haver mais jovens interessados em aprender sobre essas áreas e assegurar não apenas um futuro promissor para suas carreiras, mas também para o desenvolvimento sustentável do país”.

Como enfrentar esse desafio?

Para o coordenador do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Facens, Marcelo Mendes de Aguiar, é preciso que as universidades promovam o desenvolvimento prático de habilidades. “Os estudantes precisam aplicar seus conhecimentos em projetos reais desde o início do curso, o que proporciona uma formação mais completa e alinhada com as demandas do mercado. O conhecimento e a convivência com tecnologias sempre atuais também potencializam a boa formação do egresso dos cursos de engenharia e a atuação do profissional frente às constantes mudanças do mercado. Por isso, parcerias sólidas com empresas do setor, como temos aqui no campus da Facens, por exemplo, permitem que os alunos participem do desenvolvimento de soluções inovadoras e enriqueçam a experiência acadêmica, além de aumentar as chances de sucesso profissional”.
Outra maneira de fortalecer ainda mais as experiências, para Marques, é promover a participação em competições estudantis. “Incentivamos a participação dos estudantes em competições. Por meio do centro de inovação LINCE Facens, promovemos o espírito de inovação e a criatividade de alunos de várias áreas do conhecimento. Essas experiências agregam valor ao currículo dos futuros engenheiros e muitos têm a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho graças à visibilidade dessas disputas. Tratam-se de atividades que auxiliam muito na motivação e no desenvolvimento de um excelente profissional”, finaliza o reitor.

Fonte: Assessoria