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Foto: Secom PB

Economia Criativa: desenvolvimento do turismo criativo, acessível e sustentável da Paraíba

Regina Amorim faz uma reflexão sobre as mudanças econômicas, demográficas e sociais e seu impacto nos negócios, com destaque para o turismo e a importância da humanização nas empresas

25 de março de 2024

Em vez de nadar contra a maré das tendências globais, é mais estratégico segui-las e manter-se bem informado, sobre as mudanças econômicas, demográficas e sociais. As mudanças sociais compreendem as mudanças climáticas, desastres naturais, crises econômicas e migrações, que causam um frequente aumento das desigualdades.

Dentre as mudanças econômicas, o desenvolvimento de capital humano e a transformação digital são uma das tendências mais fortes para o futuro próximo. As mudanças demográficas correspondem ao envelhecimento da população, decorrente do aumento dos idosos e a diminuição dos mais jovens. Estudos apontam que em 2030, um idoso de setenta anos viverá com a mesma condição física e mental, de uma pessoa com cinquenta anos, nos dias de hoje.

Considerando o tamanho da população idosa no mundo e a sua expectativa de vida mais longa, em um futuro próximo, metade de todos os empresários estarão nessa faixa etária. No perfil dos idosos atuais está a busca pela qualidade de vida, autonomia e autoconfiança.
Essa mudança demográfica precisa refletir sobre o conceito de novos negócios, principalmente com relação às inovações tecnológicas e ao turismo nacional e internacional, para a geração 70+.

Pense em quanto desperdiçamos oportunidades de negócios por não se observar as necessidades das gerações que envelhecem, à medida que seus números aumentam cada vez mais.

Compreender a geração millennial (nascidos entre 1980 e 2000) é prever como será o mundo daqui a sete anos, pois eles serão a geração que, com seu comportamento, irão modelar e remodelar os negócios. Millennials em geral, são confiantes, focados no trabalho em equipe e na conquista de metas e melhores resultados.

Pensar o futuro entre gerações é proporcionar novas oportunidades criativas de colaboração, para a integração entre idosos, jovens e até crianças, com a mudança de paradigma sobre o que a velhice significa, ao substituir o conceito de fragilidade, por disposição, vida saudável e vitalidade. A longevidade exige o compromisso de permanecer saudável e ativo, estar conectado e evitar o isolamento.

É com esse olhar de cenário econômico, social e demográfico, que o Sebrae tem contribuído para o desenvolvimento do turismo criativo, acessível e sustentável da Paraíba, com experiências inclusivas que contemplam o bem-estar e que mesclam gerações. São 13 novas rotas e roteiros turísticos paraibanos, que estão chegando ao mercado regional e nacional, através de agências de turismo de Recife – PE, Natal – RN, João Pessoa – PB e outras cidades do Nordeste.

Considerando um mundo repleto de tecnologia, a nossa humanidade passa a ser mais importante do que jamais foi antes. Os consumidores preferem gastar seu dinheiro em experiências mais simples, mais humanas e mais autênticas, que colocam a empatia no centro da experiência e faz as pessoas enxergarem o mundo ao seu redor, de outra forma.

Nos últimos anos muitas empresas investiram em criar experiências inclusivas, que atendam àqueles que foram mais ignorados no passado. As experiências humanas são mais desejáveis e valorizadas. E assim, as empresas que se comunicarem de um jeito mais humano serão aquelas que conquistarão mais confiança.

O turismo de natureza, turismo rural, de base local, ecoturismo e turismo de aventura estão nas preferências do consumidor. É uma maneira de fugir das cidades maiores, que respondem por 80% da emissão de carbono. Elas contribuem para o aquecimento global e as construções verticais e as ruas asfaltadas, só aumenta a onda de calor e a crescente demanda por modalidades de turismo mais simples e que geram bem-estar.

No turismo, contar a história do roteiro, da experiência ou da sua empresa, chama a atenção dos visitantes ou clientes e ganha a confiança. Nas novas economias, chamar a atenção tornou-se uma nova fonte engajar o público descrente e gerar riqueza, com histórias que provocam indignação e alegria. Os custos de não entregar o que prometeu, vai dificultar a conquista de atenção e a perda de credibilidade no mercado.
Compreender melhor as preferências dos idosos e das mulheres, como consumidoras e investidoras, pode proporcionar às empresas novas oportunidades de mercado.

Regina Amorim

Foto: Linkedin

Sobre Regina Amorim

É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.