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Foto: Secom PB

Economia Criativa: impacto da Rota dos Festejos Juninos

Formada para o mercado turístico, rota transforma tradições juninas em roteiro, impulsionando a economia criativa local

26 de fevereiro de 2024

Compreender a economia criativa é ter a possibilidade de ganhar dinheiro com ideias criativas, pensar o futuro, saber como se comportar diante das adversidades, transformando-as em oportunidades. A economia criativa é tudo que impacta a nossa vida com experiências prazerosas, inclusivas e sustentáveis.

 

É poder apresentar para as pessoas, ideias, que possam ser desfrutadas. Definir a criatividade é conhecer a história das coisas e ser capaz de ver um nicho de mercado.

 

Foi o que aconteceu com a Rota dos Festejos Juninos da região Vale dos Sertões, que integra os municípios paraibanos de Patos, São Mamede e Santa Luzia. A Rota foi formatada para o mercado turístico, inspirada na história e na cultura junina, tão presentes e tão fortes nessa região.

 

A Rota dos Festejos Juninos é um nicho criativo de mercado, que tem a identidade dos talentos culturais em rede, ao expressarem sua criatividade, transformando a temática de uma festa junina em um roteiro turístico, que pode ser vivenciado o ano inteiro.

 

Os países desenvolvidos já fazem muito isso e assim, se tornam cada vez mais conscientes da contribuição da criatividade para o desenvolvimento econômico e social.  Eles identificam como pontos fortes, a cultura, as artes nacionais e étnicas, por isso as impulsionam e as promovem, com pertencimento nacional e ganhos econômicos.

 

Há possibilidade de ampliar esse roteiro turístico para outros municípios da região Vale dos Sertões e a oportunidade de dar visibilidade através da cultura digital, passando pela tecnologia e algumas agências de turismo regionais, nacionais e até internacionais, será incontestável. A quantia gasta anualmente pelos turistas e pelas empresas engajadas na Rota dos Festejos Juninos, vai determinar o tamanho desse mercado.

 

O artesanato local, a gastronomia regional e a moda são segmentos da economia criativa, beneficiados com a Rota dos Festejos Juninos. A moda junina é uma mistura de arte e artesanato com um grande valor cultural agregado. É possível incluir na Rota dos Festejos Juninos o desfile de Moda Junina, valorizando as costureiras e as pequenas indústrias locais de confecções e até criar uma semana da moda junina na cidade de Patos, que naturalmente já é um pólo comercial da região.

 

São Mamede e Santa Luzia podem ir mais longe, integrando a Rota dos Festejos Juninos, ao segmento de produção cinematográfica independente, com a animação digital e o crescimento de pessoas que assistem filmes em casa, atualmente tão estimulada pela Lei Paulo Gustavo.

 

A forma como as pessoas interagem com seus smartphones, redes sociais e aplicativos, bem como a forma que essas tecnologias são incorporadas na sociedade é denominada de cultura digital. É o fenômeno mundial mais reconhecido dos últimos anos, que tem gerado crescimento exponencial de conhecimentos, por usuários de internet, compartilhando pensamentos, imagens e eventos, para milhões de pessoas.

 

A música junina que tem o viés cultural é de um valor intangível grandioso, como produto criativo, juntamente com o mercado da literatura de cordel. Mais uma vez a cultura digital está presente na maneira como produzimos partilhamos e ouvimos música. Ela possibilita que talentos regionais da cultura junina possam distribuir seus trabalhos de música e enredo das quadrilhas juninas, nas redes sociais.

 

A cultura digital será um dos caminhos para os ganhos dos empreendedores culturais locais, das empresas que comercializam o roteiro turístico e dos fornecedores de serviços que recebem os turistas, em cada cidade.

 

O teatro de rua assim como a música e a dança das quadrilhas juninas, também integram a Rota dos Festejos Juninos, com o casamento matuto e o passeio junino de carroças.

 

O tamanho da economia criativa na Rota dos Festejos Juninos, depende tanto da forma de administrar e comercializar a criatividade, que gera experiência turística, quanto do que está sendo produzido para o mercado.

 

Ser a primeira região a transformar uma festa junina em um produto turístico e poder lançar esse produto no mercado é uma grande vantagem competitiva. Na economia criativa os recursos são infinitos, razão pela qual a Rota dos Festejos Juninos pode usar uma infinidade de ideias para gerar novos produtos.

Regina Amorim

Foto: Linkedin

Sobre Regina Amorim

É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.