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Foto: Kleide Teixeira/Secom-JP/Arquivo

Economia Criativa: o carnaval como uma experiência de sucesso para os empreendedores criativos

12 de fevereiro de 2024

Os indivíduos criativos constituem a riqueza cultural que atrai consumidores e gera personalidade e identidade aos eventos e aos destinos turísticos.

No carnaval não é diferente! Trata-se de um evento de arte popular que ocupa os espaços públicos, transbordando alegria, criatividade e diversidade. São experiências únicas e democráticas, oferecidas para as pessoas que se interessam em participar, seja no bairro, nas praças, nas avenidas das cidades, gerando entretenimento e oportunidade de negócios.

Quando analisamos a participação das pessoas em um carnaval, identificamos diferentes graus de envolvimento: os expectadores, os foliões, os protagonistas e os personagens criativos, que enriquecem a narrativa do evento, com interatividade e memória, por muito tempo. É um verdadeiro espetáculo de arte, cultura e criatividade, em que a cenografia, as fantasias, os artistas, a música, as danças, os blocos, as comidas e as bebidas potencializam a experiência carnavalesca.

Em muitos territórios criativos, o carnaval promove momentos de entretenimento e descontração, abrindo espaço para os artistas menos conhecidos, mas que na sua simplicidade e singularidade, fazem muito sucesso e têm a preferência do público. O poder da singularidade e o modo de pensar, modelam a maneira como sentimos e percebemos o território em que vivemos e as nossas atitudes diante da vida. É preciso ter mente criativa para transformar o carnaval em uma experiência de sucesso.

Os eventos que atravessam o nosso caminho são uma parte da nossa singularidade, do que nos move e nos desafia, pois sempre teremos a liberdade de decidir onde queremos chegar.

O impacto econômico para os empreendedores locais que integram a cadeia produtiva do carnaval é bem significativo, inclusive, as questões de diversidade e inclusão, acessibilidade para os portadores de deficiência, ganham ainda mais importância, nos eventos de rua.
O carnaval é desenvolvimento econômico, gerando impacto gigantesco na economia das cidades. Faz parte das atividades culturais produzidas pelas indústrias criativas, que compõem a economia da cultura.

No Brasil, o carnaval e seus festejos deram origem às escolas de samba, aos blocos carnavalescos e aos brincantes, com suas fantasias e adereços, inseridos na cadeia produtiva da economia do carnaval.

Algumas marcas de patrocinadores de eventos, têm adotado práticas de só apoiar eventos que estejam preocupados com a diversidade racial e de gênero, a inclusão e a sustentabilidade ambiental, dos eventos. Essa atitude dos patrocinadores do carnaval, com a sustentabilidade e acessibilidade é uma das maneiras de inovar com soluções criativas de reuso, que venham reduzir o lixo e neutralizar as emissões de carbono.
Na prática, isso faz toda diferença do sucesso do carnaval de rua. A determinação é fator crítico para o sucesso, enquanto a adversidade consiste em buscar os desafios que lhe darão a experiência para realizar o seu propósito.

Algumas histórias de carnavais, diz respeito a indivíduos que se libertaram de ambientes e circunstâncias desfavoráveis e se concentraram no seu ativismo e nos seus desejos.

Podemos falar do bloco carnavalesco denominado “Muriçocas do Miramar” criado em 1987, em homenagem às muriçocas do bairro de Miramar em João Pessoa, capital paraibana e cidade criativa da UNESCO, desde 2017.

Atualmente já é considerado o maior bloco de arrasto pré-carnavalesco do mundo, segundo dados do Guiness Book. Ao som do hino das muriçocas, que tem como compositor Fuba, “Muriçocas de Miramar” é considerado Patrimônio Cultural e Imaterial da Paraíba. Aqui também incluímos além da singularidade, o capital intelectual dos seus foliões, rico de conhecimento, criatividade, inciativa e relações sociais, que o diferencia dos demais blocos carnavalescos.

Para mais sucesso no carnaval, as agremiações e blocos precisam buscar a convergência e a melhor forma de utilizar o tempo, a energia, o capital e as relações sociais, com o redirecionamento de foco.

A parceria com agências de receptivos, ligadas às experiências do turismo da cidade, pode agregar valor, gerar renda o ano inteiro, com a inspiração e a influência positiva da cultura local. Isso também é sustentabilidade.

Regina Amorim

Foto: Linkedin

Sobre Regina Amorim

É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.