logo paraiba total
logo paraiba total
Foto: Freepik

Por novos futuros: Carnavalizando com a inteligência artificial

A autora explora a história da IA, destaca preocupações e ressalta a importância das habilidades humanas no contexto do rápido desenvolvimento dessa tecnologia.

8 de fevereiro de 2024

Depois do “uau” exclamado por quem usou pela primeira vez o ChatGPT da empresa OpenAI ano passado, estamos diante apenas de um estágio inicial de experimentações ao alcance de todos com a chamada inteligência artificial (IA) que, neste 2024, será com certeza tema e pauta de centenas de eventos, reuniões empresariais e até papos de mesa de bar.

Portanto, como bons estagiários que devemos ser das novas tecnologias, vamos precisar de muitos neurônios e, porque não dizer também, estômago, pra continuar se surpreendendo e aprendendo a lidar com suas aplicações fantásticas e seus efeitos em nosso cotidiano pessoal e profissional.

O interessante é que a IA não é tão novinha assim quanto parece. A engenheira e futurista, especialista em Marketing Digital, Martha Gabriel, durante sua palestra na última edição do RD Summit, nos lembrou que o cientista britânico Alan Turing (quem não assistiu o filme O jogo da imitação, 2014, vale a pena) realizou o primeiro experimento na década de 50, que anos depois foi aperfeiçoado por pelo menos outros três pesquisadores que projetaram o que ficou conhecido como o primeiro software com inteligência artificial em execução: o logic theorist.

Mas deixando a evolução histórica da IA para os bastidores dos campos da matemática e da física quântica, o fato é que todos precisamos de alfabetização em IA para tirar o proveito certo das suas aplicações no nosso dia a dia e ambiente de trabalho. Aliás, é neste último ambiente, que estão as maiores preocupações: se para alguns a IA pode tornar mais eficientes e ágeis alguns processos operacionais, para outros o receio é que ela substitua pessoas indiscriminadamente, reduza a criatividade humana para resolver problemas reais e desumanize os locais de trabalho.

Como aconteceu com toda inovação tecnológica disruptiva ao longo dos séculos, o ser humano precisa de adaptação. E pra começo de conversa, para um bom letramento em IA acho apropriado que os especialistas no assunto façam uso do recurso ELI5 para simplificar a linguagem e serem mais didáticos ao abordar as funcionalidades da IA.

Esclarecendo: trata-se de um acrônimo propagado no ambiente da internet que significa Explain Like I´m Five, em português, explique como se eu fosse uma criança de 5 anos. Você pode até experimentar o ChatGPT agora, por exemplo, se ainda não o fez, fazendo qualquer pergunta e colocando :ELI5 ao lado para que sua resposta venha o mais simples e didática possível.

Porém, mesmo com didatismo e se apropriando gradativamente de aplicações mais comuns como chatbots, Siris e Alexas da vida, há um consenso quase generalizado de que o avanço veloz da IA vai exigir o desenvolvimento ou aprimoramento de habilidades estritamente humanas, como a comunicação oral, o relacionamento interpessoal e a capacidade de liderar e ser liderado de forma colaborativa, só para citar algumas.

Ou seja, não basta dominar as habilidades técnicas. Sem padrões éticos, de caráter e integridade, a IA pode levar a sérias consequências, como já surgem na mídia vários casos de abuso de direitos autorais, uso ou manuseio indevido de textos e imagens, criação de pessoas “fake” como modelos e influencers, entre outros.

Da mesma forma que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) veio para normatizar uma série de questões relacionadas ao uso de dados sensíveis dos indivíduos e empresas e virou pauta dentro das organizações, discutir as aplicações e as implicações do uso da IA nos ambientes de trabalho e também na escola, base formativa de qualquer ser humano, é fundamental.

Voltando para algumas lições da futurista Martha Gabriel: estamos vivendo na era das múltiplas inteligências, então precisamos somá-las e não fazê-las competir entre si. Enquanto a inteligência artificial é melhor em automação, ganha em análises de volume e escala, a inteligência humana é quem comanda as regras, pensa e processa criticamente as situações e é imbatível na emoção, atributo exclusivo NOSSO.

E a folia da IA está só começando viu? Bom Carnaval!