
PCE abaixo de 3% indica normalização da economia dos EUA, diz analista
Editor principal da seção de Opinião e Análise do Investing.com, comenta o resultado do PCE, a métrica de inflação preferida do Fed, e suas implicações para o mercado e a política monetária.
29 de janeiro de 2024
O índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), que é a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), ficou abaixo dos 3% na variação anual em janeiro de 2024, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Departamento de Comércio dos EUA. O PCE subiu 2,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, após avançar 3,1% em dezembro de 2023. O núcleo do PCE, que exclui os preços de alimentos e energia, aumentou 2,5% na comparação anual, após subir 2,6% no mês anterior.
Para Thomas Monteiro, editor principal da seção de Opinião e Análise do Investing.com, o resultado do PCE é “realmente música para os ouvidos do mercado”, pois mostra que as principais pressões inflacionistas ainda se movem na direção certa ao objetivo do Fed, de uma média de 2% ao longo do tempo, mas principalmente porque sugere a normalização da economia dos EUA, ou seja, um cenário em que gastos fortes não implicam necessariamente inflação imediata.
“O fato de o PCE ter ficado abaixo dos 3%, na variação anual, apenas um dia após o explosivo relatório do PIB dos EUA – que foi impulsionado principalmente por gastos resilientes dos consumidores – é realmente música para os ouvidos do mercado”, disse Monteiro em um comentário publicado no Investing.com.
Monteiro acrescentou que o resultado do PCE também sugere a probabilidade de outros fatores inflacionistas subjacentes, como o crescimento salarial e a velocidade da moeda, se encontrarem em níveis saudáveis, em comparação com o ritmo econômico global, embora ainda com tendência ascendente.
“Sendo a métrica de inflação a preferida do Fed, isto deverá ser um bom presságio para as expectativas de pivô, dando a Powell um pouco mais de espaço de manobra após o PIB de ontem. Também diz muito sobre a narrativa de pouso suave, implicando que o ‘ato de equilíbrio’ está funcionando em todas as frentes”, afirmou o analista.
No entanto, Monteiro ressaltou que, fundamentalmente, parece não haver nenhuma razão imediata e convincente para o Fed mudar de posição antes do verão, dado que a batalha contra a inflação – embora aparentemente sob controle – continua longe de terminar.
“O Fed ainda tem um longo caminho a percorrer antes de atingir seus objetivos de emprego e inflação, e provavelmente manterá sua postura acomodatícia por mais algum tempo, apesar das crescentes pressões do mercado e dos políticos para uma mudança de rumo”, concluiu Monteiro.
Fonte: Assessoria Investing