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Por novos futuros, por Renata Câmara: Educação & Desenvolvimento

28 de novembro de 2023

Antes de tudo, é um prazer contribuir com o portal Paraíba Total, esse espaço dedicado para valorizar o nosso estado, do qual nos orgulhamos muito. Pela primeira vez aqui, quero compartilhar alguns conteúdos que possam fazer refletir e agir sobre “os futuros” que desejamos, margeando assuntos como educação, desenvolvimento, negócios, comunicação.

Não, não sou futurista. Nem astróloga. Mas estamos todos na mesma tempestade (não no mesmo barco) trazida pelas mudanças tecnológicas que impactam nos ambientes de aprendizado, a começar pela nossa casa, o local de trabalho, as escolas e os vários espaços fluidos, como as redes sociais, que passaram a guiar muita gente, ditar padrões, impor conceitos, espraiar conteúdos tão bons quanto ruins.

A abundância de informações e a velocidade das mudanças trazem um cenário muito distinto do que as gerações anteriores viveram. Existe um hiato de linguagem entre as várias gerações que dificulta a compreensão das realidades de cada um pelo simples modo de pensar, se comunicar e portanto, de viver. As faixas etárias podem até mudar. Mas quem tem avós ou pessoas na faixa dos 75, 80 anos e adolescentes com 15, 16 anos, dentro de casa, entende bem o que eu estou falando.

Tenho 46. A geração dos meus avós, comerciantes e agricultores, não conheceu computador, celular (na verdade eles foram apresentados à energia elétrica); meus pais tiveram que mudar de cidade na juventude para terem acesso a escolas de melhor qualidade; já eu fiz aula de datilografia para aprender a usar uma máquina que hoje só encontramos em lojas de antiguidades ou na estante vintage de alguém.

Citei esses exemplos próximos pra tentar ilustrar o quanto cada geração teve experiências de aprendizados distintas em contextos completamente diferentes e refletir sobre a velocidade que tiveram que se adaptar pra gerar mudanças ou melhorias em suas vidas. Porque a questão não é mais sobrea mudança em si, pois “tudo muda o tempo todo no mundo”, parafraseando Lulu Santos. Mas a rapidez com que muda e como nos adaptamos.

Adaptar significa aprender coisas novas e até mesmo desaprender para dar espaço pro novo. Nosso cérebro produz muitas sinapses e tem uma capacidade extraordinária de resiliência cognitiva, dizem os neurocientistas, para se adequar as adversidades da vida e aos novos códigos de linguagem que vamos criando em função das inovações que surgem.

Diante da pandemia de ansiedade que aflige muitos após a pandemia do covid, cabe a cada um tornar esse processo menos traumático, construindo pontes entre as experiências do passado com as projeções de futuro que rapidamente são incorporadas no presente. Nesse planeta em que os centenários tendem a crescer, as novas gerações desde já precisam antever seu “futurofuturo”, empatizar e aprender a aprender melhor que os seus parças mais velhos pra sobreviver nesse mundão que não gira mais, dá cavalo de pau.

Sobre Renata Câmara

Graduada em Comunicação Social, com MBA em Marketing (FGV) e Mestrado Profissional em Jornalismo (UFPB). Pós-graduanda em Desenvolvimento Sustentável e Economia Circular (PUC/RS). Atualmente, é analista de Educação Empreendedora no Sebrae Paraíba.