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Marcos Piangers: “Precisamos reeducar as pessoas a serem mais reflexivas, compassivas e capazes de conexão humana”

Pela primeira vez na capital paraibana, Piangers é autor do best-seller 'O Papai é Pop, que virou filme e está no Amazon Prime

1 de novembro de 2023

Quinhentos mil livros vendidos no Brasil, Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. Cinco milhões de fãs nas redes sociais, meio bilhão de views nos vídeos e cinco palestras no TEDx – a maior conferência de ideias do mundo. Marcos Piangers, que já foi chamado de “guru” pelo portal UOL e “fenômeno da internet” pelo jornal O Globo, esteve em João Pessoa recentemente para um evento institucional do Colégio Interactivo e conduziu a palestra ‘Relações familiares e conexão com o que importa”.

Pela primeira vez na capital paraibana, Piangers que é autor do best-seller ‘O Papai é Pop, que virou filme e está no Amazon Prime, concedeu entrevista ao Paraíba Total e falou sobre a experiência de estar em João Pessoa pela primeira vez, a mensagem que passa ao público e iniciativas sociais. Confira:

É a primeira vez que você está em João Pessoa, como tem sido a experiência?

Vocês moram num paraíso, primeiro eu queria dizer isso. Muitas vezes, a gente fica pensando que a nossa vida está ruim. Eu vejo muita gente reclamando do calor. Sempre tem motivo para reclamar, mas tem gente nesse momento rezando para Deus dar a vida que você tem! Tem gente no hospital pedindo a sua saúde, tem gente sem filho, que perdeu o filho ou com filho doente, pedindo a saúde do seu filho especificamente, pedindo uma vida parecida com a que você tem. Tem gente que tem um carro pior que o seu ou que não tem carro, querendo o seu carro. Então, muitas vezes, a pessoa reclama do carro, reclama da esposa, reclama dos filhos, reclama da escola, reclama da vida, reclama do tempo. É preciso aprender a agradecer mais e reclamar menos. É preciso dizer assim: olha que coisa linda, eu moro na Paraíba, que benção, Deus me colocou aqui! Tem muita coisa para aproveitar nesse passeio e é um passeio muito bonito que vai durar no máximo uns cem verões, então trate de aproveitar, porque você está aqui na Terra.

Qual é a sua principal mensagem ao público?

Eu defendo os valores da família. A capacidade de um pai e uma mãe mudarem o mundo através da criação dos filhos. Eu defendo a ideia de que a gente tem dentro da gente o melhor cuidador, o mais capaz, o mais amoroso, o mais atento, o mais afetivo. E acredito que inspirar esse ‘melhor cuidador’ que tem dentro das pessoas é o meu papel, a minha missão aqui nesse mundo. Então todas as marcas e empresas que decidirem apoiar essa missão, eu vou ficar muito agradecido.

O mundo conectado atrapalha as relações familiares?

A gente vive num mundo completamente desconectado. Infelizmente. Desconectado dos valores, desconectado das pessoas, desconectado da gente mesmo. Estamos sempre olhando para uma tela, passando conteúdo sem parar ou pensar em ficar um tempo sem nada, parar e olhar um pôr do sol, a natureza, olhar uma pessoa na nossa frente, um sorriso, um desconhecido que a gente pode conversar, esses comportamentos tão elementares para a saúde das pessoas. Os cientistas, hoje, têm lançado livros com títulos muito esquisitos, do tipo “Respire”, “Durma”, “Converse”, “Conecte-se com pessoas, ao invés de ficar numa tela”. Óbvio, a indústria da publicidade vai sempre tentar preencher todos os minutos do nosso dia. O próprio senhor do Netflix disse que o maior concorrente do Netflix é o sono, então eles querem o tempo todo pegar todos os minutos que se tem livre. A próxima barreira vai ser o sono. A gente sonhar com marcas e com pessoas que querem, de alguma forma, ganhar dinheiro com a gente. Mas é uma atitude individual de dizer assim: “não, lá em casa não, meu celular não faz barulho, meu celular fica numa caixinha antes de eu entrar em casa, eu não fico no YouTube enquanto eu estou com as minhas filhas, eu não fico no vídeo game quando tenho que cuidar delas, eu não fico olhando outras coisas quando eu tenho pessoas ao meu redor”. Esse é o comportamento. É triste falar isso, mas a gente tem que reeducar as pessoas a serem o que a gente era no passado. Pessoas mais reflexivas, mais compassivas, mais capazes de conexão humana. Então eu tento de verdade inspirar isso dentro das pessoas. Eu acho que é possível, eu converso com muita gente que passa por essas transformações.

O evento em que o senhor palestrou foi solidário. O senhor apoia essas iniciativas sociais?

Já doei centenas de milhares de reais para instituições de caridade ao redor do Brasil, sempre priorizando os lugares onde a gente vivia. Então comecei ajudando instituições de Porto Alegre, depois me mudei para Curitiba, onde ajudei o Hospital Pequeno Príncipe; depois fui pra São Paulo e começamos a ajudar o Graacc e algumas outras, a AACD também tem verba destinada da venda dos livros. É uma chance que Deus me deu de poder, além de passar uma mensagem poderosa de transformação, ter esse valor monetário para oferecer para instituições e pessoas que precisam. Claro, a gente ajuda instituições que cuidam de crianças e todas elas nos emocionam profundamente. Eu posso levar minhas filhas para conhecer essas instituições e isso também é muito educativo, é muito formativo, para as crianças verem que outras realidades existem e que essas crianças vivem outras realidades, elas deveriam ser muito gratas pelo que elas têm. Acho que isso ajuda muito na criação das minhas filhas, então eu tenho a honra e a felicidade de fazer esse trabalho.

Como foi receber o convite do colégio?

Fico muito feliz de poder subir no palco e falar para uma plateia de pais e de mães, em João Pessoa, pela primeira vez. Poder falar sobre família, criação amorosa dos filhos, sobre a transformação que acontece dentro de um homem, que, muitas vezes, recebe tantos sinais equivocados da sociedade, e que através da paternidade, abre essa prisão, abre essa chance de se descobrir um cuidador afetivo, amoroso, uma pessoa mais sensível. Isso muda tudo! Então é muito feliz. Eu fico muito feliz, muito agradecido quando eu me conecto com marcas como é o Colégio Interactivo e com marcas que decidem fazer esse tipo de evento.