Economia Criativa, por Regina Amorim: Inovação como condição indispensável para produtividade e desenvolvimento socioeconômico e sustentável
22 de maio de 2023
Explorar o valor da criatividade para os negócios é compreender o quanto é importante promover um ambiente de inovação, enxergar maneiras de manter a criatividade viva e ter líderes criativos dentro das organizações.
A inovação não se restringe apenas a produção de bens, mas também de serviços, seja no setor varejista da internet, no setor financeiro de bancos, o serviço de transporte, a comunicação, o entretenimento e os serviços públicos. A tecnologia vem transformando as bases do mercado da música, dos livros, das viagens, mas também dos serviços públicos de assistência à saúde, educação e seguridade social, contribuindo para a qualidade de vida de milhões de pessoas.
As inovações, além de facilitarem a vida das pessoas, tornaram-se condição indispensável para a produtividade e o desenvolvimento socioeconômico e sustentável, no século XXI.
Quanto mais complexo o mundo, mais criativos precisamos ser para identificar as oportunidades e tomar decisões adequadas à velocidade das mudanças, acreditar no nosso potencial inovador e criar condições para crescer. A criatividade é a habilidade mais importante para atuar nesse ambiente global de complexidade.
Somos nós, que transformamos o mundo em que vivemos com a nossa criatividade. As empresas precisam de pessoas criativas e flexíveis, capazes de se adaptar rapidamente às mudanças. É possível ser criativo em qualquer atividade econômica, em diferentes áreas, que envolva a cultura da inovação.
Ken Robinson, um dos mais importantes pensadores nas áreas de criatividade e inovação, diz que “o melhor futuro para todos nós reside em uma maior compreensão e colaboração entre todos”.
As organizações que ficarem paradas no tempo e no ambiente dos negócios estão com poucas chances de sobreviver no cenário econômico atual, porque a capacidade de inovar e se adaptar às mudanças é uma das prioridades.
Os modelos econômicos na agenda global, priorizamestratégias para a inclusão social, as questões da classe média, novas regulamentações ao comércio e sistema financeiro internacional, investimentos em capital humano e inovações, como essenciais para o crescimento econômico, responsabilidade fiscal e o aumento do consumo, em um cenário de escassez de recursos naturais e de degradação ambiental até 2030.
Conforme afirmado por Michel Godet, economista francês (1993), “o futuro é múltiplo e incerto e cabe ao homem, agente de mudança, construí-lo”.
O desenvolvimento tecnológico é apenas um dos impulsionadores da mudança necessária, diante da maior população de pessoas, que já se viu neste planeta.
Ao mesmo tempo que o número de pessoas está aumentando no mundo, as diferenças entre as gerações estão diminuindo.Com o avanço da medicina e da indústria farmacêutica, a expectativa de vida da geração acima de 60 anos, que se mantém em plena atividade e com longevidade ativa, continua crescendo. São pessoas mais abertas para enfrentar os desafios e para se adaptar a novas formas de trabalho. Criatividade não tem idade, nem classe social. Precisamos aprender a ser criativos.
Para enfrentar os desafios, no século XXI, a humanidade precisa cultivar a imaginação, a criatividade e a inovação, que devem ser prioridades para a educação mundial. Os sistemas educacionais também precisam passar por uma transformação,para atender às expectativas dos novos tempos. Não valorizar o fator humano é um dos muitos problemas criados pelos sistemas de educação.
As atuais economias necessitam de pessoas com experiência e conhecimento de diferentes culturas, domínio de tecnologias, talento empreendedor e capacidade para atuar em empresas cada vez mais complexas. Há uma escassez cada vez maior de pessoas criativas, capazes de inovar, com habilidades de comunicação, que saibam trabalhar em equipe, que sejam flexíveis e assertivas, para gerenciar funções importantes nas empresas.
Ser sensível é uma qualidade essencial e urgente para o desenvolvimento do nosso poder criativo, nos negócios, nas comunidades e na nossa vida pessoal. Infelizmente ainda não valorizamos grande parte do que as pessoas têm a oferecer, pela nossa incapacidade de perceber como os diferentes talentos se sustentam e se enriquecem mutuamente.
Sobre Regina Amorim
É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.