
Papo de vinho, por Natália Gaion: Como economizar na garrafa de vinho e acertar na escolha
18 de maio de 2023
Muitas pessoas acreditam que o preço do vinho é o que define a sua qualidade e que para um vinho ser bom, ele precisa ser caro. Mas esse é um dos maiores mitos no universo do vinho. O preço nem sempre define a qualidade e eu vou te ajudar a escolher vinhos que tenham uma relação qualidade-preço.
O primeiro passo é prestar atenção ao rótulo do vinho. Observe qual é a região de produção da bebida. Isso vai dizer um pouco sobre seu preço, já que é mais barato importar vinhos da América do Sul do que da Europa, por exemplo. Isso significa que vinhos chilenos e argentinos, geralmente, são mais baratos do que os franceses, espanhóis e italianos.
Estar atento à idade do vinho também é muito importante. A afirmação de que quanto mais velho o vinho, melhor ele é, nem sempre é verdadeira. De modo geral, vinhos tintos devem ser consumidos com até cinco anos, enquanto vinhos brancos e rosés precisam ser tomados dentro de dois ou três anos.
Outro passo é procurar por selos/certificações dada por instituições do vinho que garantem a autoridade, tipicidade e qualidade do vinho. Alguns exemplos são: AOC – Appellation d’Origine Contrôlée (França);DO – Denominación de Origen (Espanha) e Denominação de Origem (Brasil);DOC – Denominação de Origem Controlada (Portugal) e Denominazione di Origine Controllata (Itália).

Outra dica para você ser mais assertivo é relacionar a variedade típica de um país ou região. A Malbec, por exemplo, é referência na Argentina, enquanto a Tempranillotem origem e se dá muito bem na Espanha. Na Púglia (Itália), a Primitivo impera e na Toscana é a Sangiovese. No Uruguai a Tannat fez sua história. Na França, a Merlot e a Cabernet Sauvignon são destaque em Bordeaux e a Pinot Noir e a Chardonnay são típicas da Borgonha. A Shiraz é emblemática da Australia e no Brasil a Merlot se dá muito bem na Serra Gaúcha, mas no Vale do São Francisco quem domina é a Syrah.
A última e mais importante dica é: leve em consideração seu gosto pessoal, o que agrada o seu paladar. Nem sempre a dica que recebeu de um amigo ou familiar poderá agradar você. É necessário que você saiba se prefere os vinhos mais secos ou mais adocicados, os mais encopados ou mais leves. Os tânicos ou mais macios. E para que você entenda seu paladar você precisa experimentar diferentes estilos e tipos e ir identificando o que mais te encanta. Depois disso degustar bons vinhos ficará muito mais fácil. Eu garanto!
Sobre Natália Gaion
É gaúcha e atua na Paraíba desde 2018. É sommelière profissional com certificação pela Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul (ABS/RS) e Association de laSommellerie Internationale (ASI). Tem 7 anos de experiência na área. É educadora de vinhos e professora instrutora de cursos no Senac/PB. Atua com consultoria de vinhos, tem amplo expertise em palestras, treinamento e capacitações de equipes, desenvolvimento e implantação de cartas de vinhos, planejamento de eventos e curadoria de vinhos. Já atuou em algumas distribuidoras de bebidas da Paraíba e hoje é sommelière da Nordil Nordeste Distribuição e Logística. Além disso, é jornalista com pós graduação, com anos de vivência em emissoras de televisão e rádio. Atualmente assina a coluna Papo de Vinho, do portal Paraíba Total.