
Conheça as obras de arte danificadas por bolsonaristas nos atos golpistas
'Mulatas' foi pintada pelo artista plástico brasileiro Di Cavalcanti em 1962
9 de janeiro de 2023
Bolsonaristas radicais invadiram as sedes dos três Poderes da República, no domingo (8), e deixaram um rastro de destruição nos principais edifícios de Brasília (DF). Os golpistas danificaram obras de arte de Marianne Peretti, Di Cavalcanti e Alfredo Ceschiatti.
Conheça parte do acervo afetado
“Araguaia” (1977)
O vitral foi produzido pela artista franco-brasileira Marianne Peretti, em 1977, como parte do projeto de decoração do Salão Verde, no Congresso Nacional, nos anos 1970. De acordo com a Folha, a obra foi danificada durante os ataques. A maquete tátil explora uma técnica que parece dar movimento às figuras geométricas que estão sobre o vidro — simulando o curso de um rio.

Imagem: Walesca Borges/Senado Federal
“Mulatas” (1962)
A tela do artista plástico brasileiro Di Cavalcanti foi pintada em 1962. O painel estava exposto em uma das paredes do terceiro andar do Palácio do Planalto e foi rasgado em ao menos cinco lugares diferentes durante os atos terroristas. O artista foi um dos maiores ícones do movimento modernista da década de 1920. Com influência cubista e surrealista, ele foi um típico pintor brasileiro que representava temas populares, como o carnaval, as mulatas, o samba, as favelas e os operários.

Imagem: Reprodução/ Telegram
“A Justiça” (1961)
A escultura de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada durante os atos criminosos. A obra, que é feita de granito, fica em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). O artista ficou conhecido por criar obras para para prédios projetados pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. A estátua, que possui cerca de três metros de altura e retrata uma Têmis sentada, foi pichada com a frase “perdeu, mané”, em referência à declaração do ministro Luís Roberto Barroso ao ser importunado por um golpista durante viagem a Nova York, nos Estados Unidos, em novembro de 2022.

Imagem: Reprodução/ Telegram
“Bailarina” (1920)

Imagem: Reprodução/Câmara dos Deputados
A obra de Victor Brecheret faz parte do acervo da Câmara dos Deputados e foi arrancada do suporte em que estava exposta. Procurada por Splash, porém, a assessoria de imprensa da casa legislativa confirmou que a obra não foi furtada durante os ataques. A escultura é feita em bronze polido e representa a fase parisiense do artista, quando ele explora a delicadeza das formas nos temas femininos. Brecheret nasceu na Itália, em 1894, e se mudou para São Paulo em 1904. Ele é considerado o introdutor do modernismo na escultura brasileira.