Economia Criativa, por Regina Amorim: Areia, uma cidade potencialmente criativa que se dedica à produção da cachaça e ao turismo
2 de janeiro de 2023
O empreendedor criativo aprende a construir, não apenas uma empresa de sucesso, mas uma cultura criativa sustentável. Uma boa liderança pode ajudar pessoas a permanecer no caminho que leva a excelência do negócio, em que elas estão.
Quando o assunto é criatividade, cargos e hierarquia perdem o significado e o empreendedorismo criativo se destaca. Sempre há obstáculos à criatividade, muitos dos quais não são visíveis, mas quando isso acontece, juntam-se todas as energias para solucioná-los.
Os criativos têm potencial para as diversas formas de criatividade, mesmo diante dos obstáculos, das incertezas e de coisas intangíveis e invisíveis.
Caracterizada pelo seu empreendedorismo, Areia é uma das cidades mais atraentes e inspiradoras da região do Brejo paraibano. Atualmente é conhecida como Capital Paraibana da Cachaça. Os seus empreendedores são líderes bem-sucedidos, que aceitam seus medos e seus erros e aprendem com eles. Líderes criativos são visionários, geram confiança, encorajam a criatividade e são livres para transformar os seus empreendimentos, da maneira que quiserem.
O município de Areia já viveu os ciclos econômicos do algodão, do café, do agave e da cana-de-açúcar. Atualmente, os empreendedores criativos se dedicam à produção de cachaça e ao turismo, que é uma das saídas para movimentar a economia local. As cachaças de Areia estão entre as melhores cachaças do Brasil.
A cidade preserva a sua linda arquitetura histórica e urbanística. Areia foi certificada como Patrimônio Nacional, pelo IPHAN (2006), pelo valor histórico, urbanístico e paisagístico do seu conjunto arquitetônico. Essa certificação contribui para o seu diferencial competitivo, que gera visibilidade e fluxo turístico, emprego e renda para os diversos setores, principalmente, meios de hospedagem, alimentação fora do lar, receptivos locais, comércio, serviços e os eventos.
Com uma oferta crescente de pousadas, hotéis e restaurantes, museus, rotas e roteiros turísticos de vivências e experiências, os empreendedores da cidade, em grande maioria são “filhos da terra”, que investem no turismo criativo e colaborativo, contribuem para o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento da governança e a qualificação do destino turístico, através das ações da ATURA – Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia, APCA – Associação dos Produtores de Cachaça de Areia e do Fórum de Turismo do Brejo paraibano, que integra vinte municípios da região.
Areia é uma cidade que tem como grande atrativo, a existência de cursos de graduação superior, da UFPB e do IFPB. A Escola de Agronomia do Nordeste foi a primeira instituição de nível superior da Paraíba (1936). A partir de 1978 passou a ser Centro de Ciências Agrárias (CCA) vinculado à UFPB no Campus II, para os cursos de graduação em Agronomia, Zootecnia, Biologia, Química e Medicina Veterinária. Também Mestrado ou Doutorado em Agronomia e Zootecnia, em Ciência Animal, Ciência do Solo, Biodiversidade.
É evidente que os modelos de negócios estão sofrendo transformações contínuas e profundas, por isso é fundamental ter iniciativas inovadoras e transformadoras, em vez de resistir às mudanças. Não há crescimento sem mudanças.
Há várias oportunidades de negócios e empregos ligadas ao turismo, ao entretenimento e aos eventos culturais, que envolvem diversos segmentos da economia criativa, desde as artes visuais, artes cênicas, artes midiáticas, artesanato, literatura, música e gastronomia. Ter foco nas pessoas, torna-se imprescindível para qualquer empreendimento.
Ter elevada taxa de empregabilidade numa cidade é algo que a gestão pública municipal precisa estar envolvida, quer apoiando os empreendedores locais, estimulando a vinda de novos investidores, quer desburocratizando o processo de formalização de micro e pequenas empresas. Além disso, os serviços municipais precisam ser eficientes.
Em qualquer cidade turística é fundamental o comprometimento e a parceria entre a prefeitura, as associações empresariais, o Convention e Visitors Bureau e a comunidade, para fortalecer cada vez mais o desenvolvimento socioeconômico, promover a inclusão digital, dar visibilidade ao município e valorizar o empreendedorismo criativo.
Sobre Regina Amorim
É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.
