
Fred Svendsen: “A exposição (Dez)enhos é uma forma de popularizar um pouco mais a obra de arte”
Svendsen estudou gravura em metal com Hermano José e ao longo dos anos, o talento para as artes o conduziu ao papel de pintor, desenhista, gravador, escultor e designer
26 de outubro de 2022
Na próxima quinta-feira (27) o Espaço Arte Brasil inaugura sua segunda exposição. Em cena, está a obra do artista paraibano Frederico Svendsen, mais conhecido como Fred Svendsen, que traz para o hall do Liv Mall Shopping, a mostra (Dez)enhos, integrando o calendário de exposições cíclicas da loja, que tem por objetivo principal dar destaque aos artistas brasileiros valorizando suas obras.

O Portal Paraíba Total aproveitou o momento para conversar com o artista, que nasceu em João Pessoa, em 1960 e iniciou sua carreira como ilustrador do suplemento literário do Correio das Artes, veiculado no Jornal A União, entre os anos de 1976 e 1980. Svendsen estudou gravura em metal com Hermano José e ao longo dos anos, o talento para as artes o conduziu ao papel de pintor, desenhista, gravador, escultor e designer. Atualmente, tem obras expostas em importantes instituições culturais como: MAAC – Museu de Artes Assis Chateaubriand, MAM-Museu de Arte Moderna da Bahia, MASP- Museu de arte de São Paulo, NAC- Núcleo de Arte Contemporânea e Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba, Fundação Cultural de João Pessoa.
Confira, abaixo, a entrevista:
Como tem sido o processo de curadoria para a exposição?
O processo de curadoria tem sido o melhor possível. Em minha opinião, a loja está sendo pioneira por tratarem o desenho como eles estão tratando, ou seja, viabilizando o desenho para o mercado, já que as pessoas tem certa “cisma” não com o desenho, mas com o papel. Mas estou achando interessante o convite, já que é algo que queria ter feito há anos e nunca fiz porque existe esse problema com o papel no Brasil. Mas, o que posso afirma é que a curadoria está impecável.
Quantas obras serão expostas? Quais serão?
Primeiramente estamos colocando o nome da exposição “(Dez)enhos”, mas apesar do nome trazer a referência ao número dez, o ambiente da exposição nos possibilita um espaço para 12 obras. Mas o melhor de tudo é que todas as peças expostas estarão à disposição do público a um valor bem acessível.
O que o público pode esperar da mostra?
A exposição é uma forma de popularizar um pouco mais a obra de arte, o desenho, colocando na mão das pessoas uma obra original e única. É dar ao desenho o respeito que ele merece.
Você já conhecia a loja? O que te chamou atenção no espaço?
A loja é nova e eu não conhecia. Conhecia um dos proprietários. Mas sei que a loja foi aberta com propósitos e ideais bem definidos. A loja conta conta com arquiteta, tem o Fábio Bernardo que faz a ponte com os artistas. Gostei bastante!
Como você enxerga essas exposições cíclicas realizadas pelo Espaço Arte Brasil?
Essas exposições são interessantes porque ocorrem fora da loja, naquele espaço que compreende a loja e isso é uma espécie de chamariz, para que as pessoas vejam a loja. É uma ideia fantástica!
As exposições são gratuitas e abertas ao público. Como você acredita que iniciativas como essa contribuem para a democratização da arte no Brasil?
Essa democratização da arte no Brasil passa pelos valores. Toda cidade tem seu mercado e este é quem dita às regras. Então, o que eles estão fazendo de interessante é tentar popularizar a arte, em arte pop, que é exatamente isso, ser popular fazendo com que o cidadão que não possui grandes recursos financeiros tenha acesso a uma obra de arte e possam expressar esse orgulho de possuir uma obra de arte porque foi barateado e facilitado o acesso à obra.
O Espaço Arte Brasil abriu o calendário de exposições com Abelardo da Hora e agora você herda esse espaço. Você acredita que é uma forma de valorizar a arte nordestina também?
Acredito que sim! Para mim é um orgulho muito grande, estar sucedendo um espaço que primeiramente foi de Abelardo da Hora, que é um grande artista, contemporâneo meu, pernambucano. Então, logo após uma exposição dele ver uma minha é um prazer muito grande, fazendo essa segunda mostra. Agradeço muito ao pessoal do Espaço da Arte Brasil por ter me dado essa oportunidade, logo após Abelardo da Hora, isso é um presente! Eu já tive oportunidade como essas quando inaugurei minha escultura “A Baleia”, na Estação Ciência, inaugurei com Frans Krajcberg, que é um dos maiores artistas do mundo e morreu no início deste ano. Então inaugurei minha “Baleia” com ele e são momentos que não se paga, é muito bom. A novidade é que sou o único artista da Paraíba apresentado por Ferreira Goulart, isso pra mim é um presente e vai estar lá, no banner de apresentação.